quinta-feira, 28 de abril de 2005

Brincar às casinhas

É uma paranóia como outra qualquer, mas sempre adorei brincar às casinhas. outros preferiam brincar aos médicos com as as amiguinhas e as pilinhas e os estetoscópios. Eu preferia brincar às casinhas.
Tinhamos um armário de prateleiras que um qualquer carpinteiro alcobacense inspirando num futuro o Sr. Ikea, onde cada rectângulo era como uma divisão da casa. Quartos mobilados com caminhas de madeira, almofadas feitas à mão, bonequinhos miniatura importados de Ayamonte e mesinhas de madeira com serviços de plástico e loiça. Tudo em inho, porque era "pequenininho".
Eu era dona de uma batedeira, mas a Rita teve direito a um frigorífico - diga-se "topo de gama" - com luz e tudo - e de uma máquina de lavar a roupa. A Joana tinha uma boneca com um disco incorporado nas costas e um outro subesselente - escreve-se assim???. A mesma boneca, chamada Mocosete (marca espanhola lida por criancinhas de 3, 4 e 6 anos) tinha uma particularidade, fazia chichi quando se apertava uma perna. Foi didáctica. Já na altura detestávamos mudar a "roupa da cama" desnecessariamente, e limpar nódoas amareladas provocadas por sumo.
Deve ter sido de então que ganhamos "o bichinho" - e como detesto a expressão "o bichinho"!?!!! meu caro Zé Carlos Ari dos Santos que faz cá tanta falta- esta coisa maluca, não dji fazê chichi, mas de inventar casinhas para mobilar e pôr cortinados e reabilitar e reconstruir e imaginar e redecorar e enfim, tentar com o mínimo custo proporcionar o maior conforto estético.
Este fim-de-semana foi em Sagres. Bem, quase Sagres. Os calos na palma da mão são a prova. Mãe, pai e filha. Tudo de rabo para o ar a tentar transformar 20m2 de um palheirito numa cottage freak, chique e hip (hippie). Não conseguimos. A auto-didácia do homem das obras cortou-nos as vazas (e continuo sem perceber os que são as vazas), com um azulejo a cobrir a quase totalidade de um vão de escadas que se pretendia rústico. Enfim, foi o que se conseguiu. Faltam as cortinas da casa de banho, de um poliban de 60cm/60cm e que permite um banho de lado. Falta a mesa da cozinha que cederei ao Sr.IKEA, que se tenha em saúde e se conserve, e um pequeno armário para pratos e copos. Faltam as escadas que já estão encomendadas e o varaõzito para ajudar a subir. A televisão, imprescindível. E clientela. Se possível que não seja só apertar uma perna e comece a fazer chichi. E que não suje a "roupinha de cama". E não pregue aleatoriamente pregos nas paredes por forma a espetarem-se num bracinho que distraído por lá roce.
Clientela e nós, os do costume.

sexta-feira, 22 de abril de 2005

Nas terras pequenas os jovens ou se dedicam ao desporto, ou têm uma banda ou afundam-se nas drogas. Esta frase ficou marcada na minha memória depois de a ler numa entrevista à Sónia (para os amigos dela Soninha presumo, ou Sony, ou mesmo SONE, de capri - não da terra Capri, mas do tão famoso quanto saudoso e agradável ao tacto CapriSone) dos The Gift - leia-se "Daguife". Também eu sou um bocadinho de Alcobaça, terra da fusão do Rio Alcoa com o Baça, podia ser de Alcofa e do Bessa, mas assim seria alcofessa e não. Não é. É Alcobaça. Essa terra onde aos 5 anos se anadava na natação, no ténis, na patinagem artística (na altura a 4 rodas e muitas esferas), no piano e preparavamo-nos para os cursos de línguas que num futuro próximo abririam no único e primeiro centro comercial, agora presumo que velhote e semi abandonado, destronado por um qualquer Shopping com Zaras e Mangos.
Mas na nossa inocência, lisboa era muito melhor, porque não tinha apenas um Cinema com matinés repletas de criançada ao Sábado e ao Domingo de manhã. Em Lisboa explodiam amoreiras a cada canto. Por falar em amoreiras, em alcobaça andava-se de bicicleta nas ruas e um dos maiores entretenimentos infantis era o culto dos bichos da seda. A incessante busca de amoreiras para alimentar essas minhocas cedo tranformadas em borboletas malcheirosas e porcalhonas praticamente asfixiadas em caixas de sapatos apanhadas à porta da única sapataria de alcobaça ou importadas de Lisboa - de um fugaz fim de semana em visita aos avós e em compras intensivas numa manhã de sábado, à Bambi em Campo de Ourique.
Das bandas não posso falar. Abandonámos a terra cedo de mais. Das drogas, bom, não consigo encontrar qualquer diferença com o que se passa e passou na minha adolescência dividida entre o centro de Lisboa e a banlieu de elite. A única diferença talvez seja a variedade das drogas e a falta de opção evidente, ou como diria um amigo meu (e de muitas outras pessoas) Evidenti!!!!!!!
Abraços largos e cheirosos

20 euros

e um saco cheio. Habitat retail, no Sintra Business (não Retail Park como parece ser). É ridículo ser um outlet num business park e no retail park não haver outlet de coisa nenhuma. Mas é mesmo assim. O mais importante: duas molduras esfaceladas nos cantos, um caixote do lixo inox amolgado à SUPERFÍCIE, três suportes de velas a euro cada, metal riscado, um prato cor-de-laranja gigante e um comedouro para animais, de duas taças. Estou bastante satisfeita porque só o volume das compras justifica os 37 euros gastos(10 de gasolina + 20 das compras + 2.30 das portagens + o restante para um café e um cake...). Sou tão permeável ao mau gasto... mas antes que mau gosto.
Nota: Hoje, o Governo anunciou que vais colaborar na campanha para as autárquicas, fazendo assim transparecer a proximidade dos governantes com tutelas chave com as orientações políticas locais. Parece-me óbvia a promiscuidade. Pergunto: Se fosse à poucos meses atrás não estaria a sic notícias em inquéritos ininterruptos sobre a questão? A TSF com os costumeiros odiosos a desancar o governo dos abutres? Não gritariam os opinion makers mais trapalhadas para quem, pelo menos tentava dar um rumo a um país presidencialmente açaimado? No for the questions! (não sei se se escreve assim, mas perdoem-me, este PC não tem corrector ortográfico).
Abracinhos.

sexta-feira, 15 de abril de 2005

Baby love

Há já algum tempo que ando descuidada. Não falo dos pêlos das pernas que invadiriam a suprefície corporal, não de uma cabeleira farta, de madeixas cada vez mais "abertas" - que, para os não entendidos significa de um tom muito mais claro que a raíz - ou com... enfim... aquela "gotinha", quando se ri com mais força...
Ando descuidada por não prestar atenção àqueles que fizeram de mim aquilo que sou hoje e a quem muito agardeço por continuarem assim, a serem quem são, não deixando de ser eles próprios, ou seja vocês, pacientes companheiros de páginas de e links e textos abaixo do que a mediocridade humana e a clarividência ou intelectualidade permite. Assim sendo e sem querer magoar ninguém, porque...lá está, tenho destas coisas - lá no fundo, sou sensível e à suprefície às vezes também - quero só acrescentar que voltei para ficar. Entretanto, para quem quiser aconselho um som. Não sou fã da família Jackson - embora tenhamos visíveis traços comuns, refiro-me ao nariz de linhas finas por exemplo e à tez, "nívea", diria Cesário Verde - mas Diana Ross, a musa dos Jackson's, nas Supremes, sabia como fazer uma boa chantagem emocional/sexual/sensual com MY BABY LOVE... inspirem-se babes deste Portugal dos "pecanitos" e "pecaditos". http://www.edict.com.hk/vlc/music/karaoke/babyloveFrm.htm
Abraços enormes e apretados - apretados mesmo!

segunda-feira, 4 de abril de 2005

Não compro Cd's

Tenho este estigma... não compro cd's. Não sei bem porquê, e até gasto muita pasta em porcarias, sobretudo naquelas que não ficam para a memória, mas não compro Cd's... talvez por não ter uma aparelhagem XPTO nem um quarto que me suscite horas de relaxamento. Também não sou do género "relaxada"... sobretudo no mau sentido que a palavra tenha implícito. Estou aqui a escrever e a ouvir o "Diário de Bridget Jones 2" e a adorar algumas músicas, mas o problema é de sempre, não consigo saber quem as canta, só as letras e os ritmos...e associa-los a pessoas, locais, factos, acontecimentos, épocas... a tudo. Dei a volta ao meu quarto para evitar olhar para os apontamentos da minha irmã. Não sei o que é CRM e não me apetece saber... encontro todos os pretextos para não estudar, volta o dilema de costume, mas desta vez não tenho desculpa...