quarta-feira, 31 de maio de 2006

Degustação

Negócio. Bomba na minha cabeça. Ir para Paris e abrir a minha tasquinha. Tem nome e tudo. Degustação. Vende vinho a copo, do Douro, do Porto, do Alentejo. Vende farinheira aos quadrados, chouriço assado e broa e presunto português. Está decorada com pipas de vinho e fotografias antigas, em sépia e preto e branco. Tem também umas medidas antigas, daquelas em lata e uma balança. Vende ainda pequenos frascos e latas de Azeite, rebuçados Dr. Bayer, e tem uma variedade de doces conventuais à semana. É caro e refinado. Em papel de parede e um lustre. Vende pasteis de bacalhau e rissóis. Tudo feito ali, ou para ali. Eu diria Charmant. Fica algures na Montorgueil ou por trás da Éttiene Marcel. Pode ficar no Marré. Na inauguração estiveram portugueses em França, estudantes, doutorandos e amigos deles franceses e saíram pequenas notícias nos jornais. Toda a ente conhece a donas, duas irmãs portuguesas, ligadas da área do marketing que renunciaram os seus trabalhos standart e resolveram investir na promoção de Portugal lá fora Um exemplo de sucesso que aparece no Expresso. O ICEP ajudou. Para trás ficaram as recordações da linha onde passaram a maior parte da vida, a praia e o mar (que é o que tê mais saudades), mas adaptaram-se bem ao clima parisiense. Hoje pensam abrir outro espaço, desta vez noutra capital, Bruxelas. Querem mudar a imagem de Portugal lá fora e vender o que o pais têm de melhor, a tradição e os sabores. Ao mesmo tempo que fazem isso, convidam os seus visitantes a conhecer o seu país, indicando praias secretas e locais únicos para quem quer passar desconhecido em terras lusas. Dizem que já foram visitadas por diversas personalidades. Pela Desgustação já passaram personalidades como Saramago, Maria de Medeiros, Durão Barroso, Brad Pitt e Angelina Jolie, Kofi anão e a Branca de Neve.

faltam 30 dias..

esta é uma mania muito irritante: faltam 15 dias, doze horas e 20 segundos para o Mundial, ou para o Rock in Rio, para o fim de ano no Terreiro do Paço.
Avisam-nos de tudo aquilo que não é vital. Avisam-nos da abertura do casino, da inauguração da Praça de Touros, de um novo reality show da TVI. Criam ansiedades à pessoa, que é pessoa - e não animal ou planta - sobre coisas que provavelmente nem tem recursos para usufruir.
Já, por outro lado, ninguém diz: faltam 20 dias para encerrar uma maternidade, 20 anos para entrar na menopausa, 20 segundos para perder o comboio, 20 horas, para entregar o IRS, 20 euros para pagar a conta do gás, 20 semanas para entrar no desemprego, 20 kilos para ficar com o peso certo, 20 centímetros para ser manequim, 20 empregos para se sentir realizada, 20 números para acertar no euromilhões, 20 noites para deixar de ter insónias, 20 segundos para acabar este post



um ano, dois dentes. O Simão quer um irmão, e se puder ter um telemóvel com imagens também vem a calhar. Ri-se desalmadamente com o dente de cima e o de baixo e eu para ele a fazer figurinhas ridículas que espero que a sua memória o faça esquecer.

Hoje percebo todas as tias, as minhas e as dos outros e aquelas que vibravam (e tanto me irritavam) a contar as gracinhas dos seus sobrinhos que para mim não tinham graça nenhuma. Não sei se é de ser tia... ou lá no fundo, no fundo querer vir a ser mãe. A verdade é que estou a chegar aos trinta???!!??!!!!



Eu sou uma delas. A mais escura. Esta foto deve ter sido tirada no dia 18 de agosto, dia de anos do Tio Ccarlos. parecidissimo comigo. Leão, adora ter gente à volta, esperto, olhos claros, bom fundo, má superfície, ansioso, impaciente, empenhado, angariador de afectos... Eu fiz provavelmente 5 anos 3 dias depois, como sempre.

Metade da cara

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nem tudo o que reluz é ouro...nem todo o ouro reluz

terça-feira, 30 de maio de 2006

casamento

Esta forma de vida (Amália)... há amália e a amália, há ir e voltália... por falar nisso, a rita (minha irmã mais velha vai casar dia 15 de Agosto... uma mulher que esteve emigrada na França 8 anos e casa em agosto, no 15. Vá lá, se queres ver! É o quarto casamento deste ano e o que mais me entusiasma. Claro.

Assunto de família, de amigas, de namorados, de café, assunto para todos. Casar uma irmã é quase como casar uma parte de nós, não fora ela nómada e independente e tenha já a família e o bébé. Mas a festa... a festa...
Há dias deliciei-me quando, Abraão, futuro sogro de Samuel, avô de Simão, dizia, à mesa, enquanto Maria dividia o pão pelas filhas, Isabel e Maria também: então eu é que vou com ela para o altar... e ria cm aquela vergonha de pai que so agora se apercebeu que quem tem filhas pode vir a casa-las. Uma vergonhinha escondida do AL, que sempre rodeado de fêmeas, ainda tem algum pudor em público com tantas. No fundo, referia um saque súbito... não pela festa, mas pelos nervos?! Também acho que não. Ciúme? Ainda lhe faltam duas e tem uma cadela que, por experiências anteriores não é dada a namoricos e prefere manter-se em casa dos "pais", que no fundo a adoptaram como a filha mais nova. "Temos sempre a kika", diz Abrãao para Maria, talvez até confiante que esta seja a primeira boda e outras duas que ...se acelerarão...
E... ESTAMOS TÃO BEM LÁ EM CASA....

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um fio na cabeça é pouco... na sopa, é muito!

Circo para o povo

Eu cá não me importo quero é festa! Isto está sempre mal. Aumentaram o IVA de 19 para 21 % (ou seja em tudo o que se compra houve um agravamento), que se lixe, eles estão a trabalhar. Agora em vez de empregos temos tecnologia. É um país tecnológico. Então se formos aos Arcos de Valdevez, às províncias aqui ao lado, no Ribatejo, no Alentejo, em Vila do Bispo, é ver tecnologia em cada canto. Não há casa onde não haja uma mini televisão da loja chinesa e uma calculadora da loja dos trezentos. É tecnologia a chegar. Portugal transpira tecnologia e – talvez devido a esta mudança de clima sue muito!!! Os restaurantes fecham às 10 da noite no Verão, época alta dos turistas que saem da praia às 9, ou seja no por do sol, tendo portanto de ir comer um sandwiche a um bar, ranhoso
, manhoso, aberto por lisboetas para a época balnear, portanto os dividendos desse turismo revertem para a urbe… é a tecnologia!
As auto-estardas têm cada vez mais vias verdes e cada vez mais portagens. É a tecnologia!!!! Os gabinetes multiplicam-se em avenças, que provavelmente trabalham… a partir de casa – regime de comodato… é a tecnologia! Portanto concluo que o Sr. Primeiro Ministro está a suceder-se muito bem. Choques tecnológicos a torto e a direito, nas estradas então…Enquanto isso acontece, temos ainda a sorte de um mundialzito a meio, com um trenador que quer é ir embora e jogadores que, juntos, num ano devem ganhar o mesmo que o estádio de Guimarães cheio de vimaranenses. Valha-nos que não somos nós que pagamos, aliás eles até devem dinheiro ao fisco.. que não pagam, é certo, mas devem...
Esta tecnologia deixa-me em estado de choque!

Novos mercados

Preciso urgentemente de capital para investir. É cíclico, isto que se passa comigo. De vez em quando preciso de capital para investir. Neste momento dava-me jeito uns dinheiritos. Está tudo barato.
A pensar nos investimentos, lembrei-me de uma conversa, há uns tempos atrás com um amigo politicamente, ainda bem posicionado. Dizia ele, o que está agora é comprar toneladas de poluição. Quem comprar vai vender muito mais caro daqui a uns tempos, porque a EU vai obrigar os Estados-Membros a pagar grandes multas por excesso de emissão de carbono e outros poluentes. Na altura não percebi bem a conversa, ou melhor, não liguei. Agora, vejo nas notícias que grandes empresas e grandes grupos já têm a sua quota e “reservaram” espaço / toneladas de poluição para vender mais caro a empresas cuja actividade exceda os limites autorizados. Como, segundo percebi, a maioria das indústrias mais pequenas, ou menos grandes, ultrapassam os limites permitidos por lei e pelas regras comunitárias, abra-se aqui um nicho de mercado, que se diga, muito interessante. Faz-me lembrar umas notícias sobre um tipo que comprou espaço lunar. Aquém? Será que é de quem chega primeiro? Não devia haver um concurso público? Poderemos lançar uma OPA?

Outra coisa, e desta vez meio lunática: adorava ter um carro movido a electricidade. Não percebo porque é que os meninos do Técnico (IST) que são tão inteligentes, prestigiados etc etc não inventam transportes individuais movidos a energias renováveis. Eu, por exemplo, já não consigo suportar as contas de gasolina e não me importava de investir num tipo-smart para ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa e para os cafés e para a praia e para o shopping, e para a farmácia e para o supermercado e….

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ChiqueLAPA!


Estacionar na Lapa... boa vizinhaça! Chegar ao carro com pneu furado, porque estacionei em cima do passeio, respeitando a distância de carrinhos de bébé e velhinhos de bengala, porque é quinta e a noita vibra em santos, portanto residentes... vão de taxi para casa! Gastar um dinheirão para comprar um pneu novo, porque este "já não tem remédio" e ainda ter a velhota do último a observar-me e com um misto de troça e solidariedade dizer: "foi o daí de baixo... muito malcriado... mas a menina...tava no passeio, não é?". Eu e a fila toda e todas as filas da lapa que à noite dormem na lapa. Chique!

antes e depois



quatro anos para isto...

dentes


Queria partilhar uma coisa, ao fim de quatro anos de tratamento dentário, um lindo aparelho exterior, um interior, várias especialidades médicas, elásticos de todas as côres, um look infantil, um piparote de massa, quatro implantes, duas próteses fixas, quatro temporárias, Super Cola 3, branquedor, moldeiras de silicone, o hálito de 7 médicos diferentes, complexos estão-a-ver-o-meu-buço, destartarizações, deduções no IRS, idas infinitas à clínica das Areias, idas à Clínica das Amoreiras, idas ao Hospital Militar, dois sizos extraídos, dois caninos de leite extintos, radiografias, panorâmicas, desmarcações, marcações, dores, falta de pasteis e nata, fio dentário (dental é o das cuecas sexy), desinfectantes, esticadores, elásticos, aparelho de contenção, enfim, cheguei à recta final com destino a um sorriso maravilhoso. Está quase, mais um anito e fico maravilhosa.

idiota

Estava aqui a imaginar o significado que as palavras têm para cada um. Acontece-me sempre pensar nisso depois de uma boa discussão. Geralmente, nas discussões os homens têm a tendência para se agarrar ao significado das palavras que as mulheres usam em vez do significado das frases, o que torna uma discussão absolutamente irritante. Se dizemos “foste um idiota ao dizer isso ao pé da minha mãe”, vamos, certamente ouvir “idiota??? Tu não me chamas idiota”. O facto dele ter dito a maior barbaridade à frente da mãe da namorada perde qualquer importância, porque o que interessa agora é salvar a honra e rejeitar o epíteto de “idiota”. “Eu nunca te chamei idiota nem admito que tu o faças” dirá. Ela tentará voltar ao problema de fundo e dizer “tens razão, não te quis chamar idiota, mas foi uma estupidez teres dito o que disseste à frente da minha mãe”. Ele - fugindo ao assunto – investirá novamente “estupidez? Agora estás a chamar-me estúpido? Bom, queres entrar na agressão verbal… Olha eu não estou para este tipo de discussões. Adeus.” E pronto, sai de rompante, ou desliga bruscamente e nós ficamos com aquela dúvida: “Será que ele não percebeu nada do que eu estive a dizer? Será que fui bruta ao chamar-lhe idiota e estúpido? Não era nada disto que eu queria dizer…”. Desculpa…

histórias

Adoramos contar uma boa história que empolgue e ficar coladas, umas às outras a tentar perceber se é para rir, para chorar. Competimos pela história mais extraordinária, mas que sempre pareça credível, para que a nossa plateia fique boquiaberta com as coisas que sabemos. Vibramos com um “a sério???” “ela fez mesmo isso???”, “Foi apanhado com as calças nos joelhos”, “era maneta, coxo, tinha um olho de vidro, surdo-mudo e sem paladar, mas lindo de morrer???”, “perdeu a voz antes do concerto???”, “tem uma amante de 85 anos???”. É natural nas mulheres, e admito que nos homens também - mas pela natureza talvez não sejam tão entusiastas – este gosto pela excepção e por impressionar. Impressionar o próximo com uma boa historieta ainda que mal fundamentada, aumentada, prolongada, esticada ao limite do cúmulo. Chama-se a isto o ponto, de quem escreve e conta um conto. Eu adoro fazer isso, por uns pozinhos a mais porque sei que os vão descontar, mas entretanto, a história, que não passa disso, ganha mais sal. Dizia um amigo, é isso o “Sal da vida”.