quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O que muitas vezes pode levar muito tempo a construir pode ser destruido também em muito pouco. Parece uma verdade la palisse, mas não é. às vezes não medimos a força ou a dimensão das nossas atitudes e as naturais consequências destas. De uma ilusão passamos a uma enorme desilusão. Do prazer ao desconforto. Da alegria à tristeza.
Confesso que desta vez não estou a sentir tristeza, nem decepção. Simplesmente um pequeno vazio. Aquele vazio de confiar em alguém que nos trai a confiança por quem poríamos a mão no fogo e, de repente, vemos que sairia queimada. Uma sensação sobredimensionada pela brigbrathoriosidade que decorre de uma situação insolita há tanto arrastada...Vence o silêncio de quem prefere alhear-se de tudo para não ter ónus de nada...e porque as intenções nem sempre contam, ou contam... mas não contam...
Mais um passo para ser livre...para, sem pudor, poder dar o meu salto...no fundo, o que faltava...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A pressa

A pressa não é amiga da perfeição, por isso, quando escrevemos um texto aqui no editor, com pressa e sem tempo para grandes revisões, o mais provavel é que saia com uma série de erros que o tornem quase imperceptível.
A pressa de reunir sem saber para quê, ou sem saber o que dizer também não é lá muito inteligente por quem o quer fazer. A pressa de pedir sem dar nada em troca é deprimente, triste e provavelmente infrutífera. O problema é que sem pressa, geralmente não se faz nada...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

versao inglesa

para enjoar...

E porque estou em época de piroseira, este serve so para a Joana conhecer a versão espanhola... de tua ermana...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

o risco...





a tal panca...


Acho que temporariamente me passou a panca May Winehouse. Deveu-se muito a uma amiga do meu "man" receém chegada a lisboa, girissima que insite no risco em cima e em baixo. Eu acho que ela tem muito de risco, mas não tem só de risco.


Explico: o risco dá imensa graça, mas ela tem uma graça propria, daquelas que nos apetece ter: magrinha, uns dentes proeminentes, mas certinhos, um ar tímido sexy. De qualquer forma, deixo aqui o registo desta fase, aqul picasso, no seu momento azul, eu no meu melhor de amy, quase futura ex-tóxicoindependente...

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Amy Winehouse

E eu que nem sou nada dada a decorar nomes de artistas, títulos de músicas e denominações de bandas, vejo-me doente à espera de uma referência da autoria ou pelo menos da interprete, a cada vez que que ando de carro, de uma música que me anda a dar a volta à cabeça. Aposto para mim que é a Ella (Fitzgerald), penso para dentro não vá um não óbvio matar a réstea de orgulho que (ainda) guardo da minha incultura musical... Bom, descobri e num semáforo escrevi num coto de maço de tabaco velho - com mais de 3 meses - , que ainda presiste em "marcar presença no meu carro". Amy Winehouse... o resto não consegui ouvir. Procurei no youtube, na internet, no google'images e enfim, vidrei definitivamente. Posto isto, posto o vídeo e já postarei o resto...
é delicioso e vale pena... estou contente... estúpidamente contente.

Na minha, palma...

Por falar em Palma, não é que ontem tocou ao vivo no metro de Lisboa?!?!!!... É nestas alturas que me arrependo que não ser assídua em transportes públicos...
A última vez que o vi actuar foi num miserável concerto que reuniu o melhor de agora e de sempre de música portuguesa. Miserávelnão pelo cartaz, mas pela afluência. Tudo o que é barato ou de graça não é valorizado e por isso este quase às moscas...os bons e os menos bons que já toda a gente, uma ou várias vezes na vida pagou para ouvir...
Fui, com muita lata, ter com o Palma e disse-lhe: Fazes parte do meu imáginário, cresci contigo, dormi contigo e enquanto houver estrada para andar...

terça-feira, 18 de setembro de 2007


Tenho saudades do azul da água do mar. Estou aqui a ouvir Pavarotti que não sei porquê, agora que morreu, morro de saudades...
A seguir prefiro encostatami, do Palma, que abarço pela resistência, pelas palavras e enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar....

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

a Kika

A Kika foi lá para casa no final de 2004. Foi procurada na Internet, encontrada em Viseu, veio de viagem, e chegou ao Cacém onde a Rita e o Sam a foram buscar. Veio mínima, tinha 2 meses. Era um bébe. Cresceu e ficou uma bonita epanuel breton, com um pêlo macio, com o tamanho certo, com o peso certo. Era super bem disposta, muito divertida, e sobretudo muito meiguinha... e é por isso que vamos sentir a falta dela. E é por isso que fico triste em saber que se pode atropelar uma cadelinha tão querida como ela e fugir sem sequer pedir desculpa, sem sequer se justificar. A kika era uma amiga que podia estar uma hora a dar beijinhos sem se cansar... era uma companhia...era aquela amiga que nunca falha, que gosta sempre de nós, que nos acorda com lambidelas como se fossemos a coisa melhor do mundo!
É dificil para quem não gosta de animais perceber a tristeza de quem gosta muito e perde, mas é como perder uma amiga... a nossa kiquinha já não vai voltar...

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Marcar Hotéis

Num excitamento (quase) infantil ando há dias à procura de um hotel/ guesthouse/BB/pensão/quarto para ficar alojada em Mykonos. Procuro o sítio perfeito ao custo também perfeito, o que resulta numa combinação absolutamente imperfeita. Começa a ser um vício, quase um tique clicar: http://www.google.com/ e pôr à frente a cidade. Depois aparecem-me sempre as mesmas hipóteses que eu tento enganar alterando os critérios de ordenação. Os hotéis dos directórios booking.com, com maravilhosas vistas, com tons pastel, mas … da paisagem. Apanhada num daqueles dias solarengos, de mar azul turqueza (photoshopiado), onde tudo parece idilicamente perfeito!
A verdade é que sinto-me quase tentada a dobrar a parada por efeitos que sei que se devem ao tal software. Mas que sinto, sinto…! E continuo nisto, mais uma tarde à volta das sites e listas interminávies de hotéis full, outros avaliables que já sei de cor, que conheço a localização graças a tecnologias api maps, que me são praticamente familiares... e no entanto nunca lá estive e provavlemente nem estarei.
E assim, termino este desígnio a marcar uma noite, no mais barato +5 euros, ou seja o segundo mais barato, que vi desde o primeiro dia. marco só uma noite, na esperança de lá encontrar o tal hotel perfeito, a preço perfeito, no local perfeito.... e lá repete-se a cena toda outra vez... para a noite seguinte!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

18_07_06

Na segunda-feira, dia 18 de Junho de 2007 aconteceram imensas coisas. Nãpo pdia dexar de registar no meu blog, para que fique para a memória. A coisa mais importante foi ter nascido a Laura. Laura Alves de Matos Lercher. Uma Laura Alves dos tempos modernos, a minha sobrinha, linda, mesmo mesmo bonita, veio conhecer o mundo com umas mãos roxas penduradas e uma pele branquinha. 2,880 Kg e 48 cm. Perfeitinha. Também na segunda feira a minha mãe fez 60 anos, pelo que avó e neta festejarão os aniversários em conjunto! Adoro o signo delas, das minhas meninas, a céuzinha, laurinha e a tia Joana. Falta a mãe Rita, mas dela gosto muito, muito, do signo é que já não tanto!!! Queria mostrar a minha princezinha bebe, mas tenho medo, e por isso não posso por a nossa lauretes aqui. A terceira coisa que aconteceu foi uma intervenção cirurgica à minha imparável boquinha! Pontos, células animais numa amálgama que pretendem reconstituir uma gengiva, não sei bem como.
Por isso, mas sobretudo por mim, deixei de fumar! Decidi que não estu interessada em continuar nesse vício patético, e portanto comprei o sistema (pensos) e pastinhas nicotinel. Vamos ver se chega, mas já passaram 10 dias e a coisa está a correr bem.
Finalmente soube que aconteceu uma coisa horrível que tenho dificuldade em por aqui, mas um "acidente" muito chato a uma amiga minha que gosto muito. Não é daquelas que estou todos os dias, mas é das que gosto muito! Só soube anteontem quando fui tirar pontos. Sei que está a melhorar, espero que passe rápido e que o que falta fazer se faça de uma forma muito simples.
Um dia estranho...

quarta-feira, 20 de junho de 2007


quinta-feira, 31 de maio de 2007

Não digas a ninguém

Porque não posso aceitar essa etiqueta de ignorância, a partir de agora (e independentemente do que o futuro me reservar) vou fazer um registo dos meus actos culturais, tenham eles a forma que tiverem. Ora vamos lá:
Ontem fui ver um magnífico filme francês - Não digas a ninguém - realizado por Guillaume Canet e com François Cluzet, Marie-Josée Croze, André Dussollier entre outros. Prende-nos ao écran e tem uma maravilhosa banda sonora que ritma todo o percurso da trama.
Cluzet, o Dustin Hoffman europeu, brilha com uma interpretação extraordinária, galardoada com o césar de melhor actor.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

o bloqueio

Na semana passada resolvo criar um blog com o meu curriculo e o meu prefil. Tem um nome que me é muito familiar - Maria Filipa Matos. Domingo compro um fio de prata para pôr ao peito uma medalha da Nossa Senhora de Fátima. Segunda feira, mal chego ao emprego, recebo um telefonema convidando-me para um encontro (eventualmente) profissional.
Destino? Fé?
Sem qualquer expectativa até porque o escasso tempo até ao dito encontro, não me permite grande preparação e porque não estou habituada a testes desta natureza, aviso que saio mais cedo e perfumo o pescoço. Não tenho nada preparado, mas posso sempre defender a minha honra (caso seja atacada). Mas todos temos calcanhares de aquiles (ou daqueles) e eu não sou excepção. Depois de uma primeira parte onde nado, sinto-me, já na segunda a afogar. è que não sai nada... nem os cd's do carro, nem os concertos, nem os Gabriel Garcia Marques, as Allendes, um vicío - silencioso há uns anos - Frank Ronan, Dan Brown, Kafka (e a Metamorfose ou o Processo), nem Dostoievsky, nem a Ignorância de Kundera, Vargas Losa , Jorge Amado... tantos ingleses, tntos outros. Não me lembrei, nem me iria lembrar (ou até fosse) mas entreguei armas, tolhida, minha auto-imposta ignorância, porque não é fácil. Não é fácil porem-nos à prova naquilo que fazemos por prazer e porque é exactamente isso, um prazer. Por isso não contabilizamos, não medimos, mas está lá. Para que me serviu? Para perceber que não basta saber, ler, ouvir e ver. Os tickets dos concertos, os personagens dos livros, os autores, os autógrafos, os concertos no hot club, no maxime, na aula magna, no D.Maria e no pavilhão atlântico são mais do que "cotos de papel". I've been there e este exercício pode fazer a diferença. Não basta numa conversa sacar a ignorância, ou uma vaidade burguesa "damasiana", ou uma qualquer frase que encha a alma de actor favorito qualquer. Serve, pelo menos, para evitar o bloqueio.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

blogs

Crónicas Alfacinhas
Lisboalisboa
Lisboalisboa2
oirritado
etc etc
A actualidade sob determinados pontos de vista, à vista de todos. Comentários condicionados, condicionando a opinião opública, ou não, mas pelo menos dando-nos a possibilidade de partilhar esses pontos... à vista.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Jane Birkin / Serge Gainsbourg, Je t’aime, moi non plus

Depois da agitação de sexta-feira, o fim de semana foi calmo... eu diria calminho. Ri muito e lamentei não ter ido para o calor algarvio, que embora não tanto, esteve melhor do que na "costa do estoril", que é como quem diz la "Côte du estoril".

Esta grande diferença entre costa e côte recorda-me a diferença entre as letras em português e em inglês. Se cantarmos "Ups, I did it again " soa melhor do que "Epá, eu fiz outra vez". Isto vem a propósito de uma nova versão, agora em inglês, de Jane Birkin e Serge Gainsgourg em Je t'aime.
Se tentassemos em português ficaria de uma pirosada extrema, a definição acabada de pavor: eu amo-te, eu amo-te (Je t'aime je t'aime) Eu já não (Moi non plus) Oh meu amor! (Oh mon amour...) Eu vou e venho... (Je vais je vais et je viens). Em inglês soa bem, ganha a onda chill out de sábado à tarde em bar da praia... não pensamos em inglês, não no sentido daspalavras mas na melódica combinação que nasce delas. Soa bem. Soa pior quando num fórum qualquer ouvimos Star up, benchmarking, up side down, pela voz daqueles de cuja utilização correcta desconfiamos. Para já ainda há quem consiga enganar.
De qualquer forma é este desconforto com a nossa sonoridade que dá gás a quem quer usar o inglês para soar melhor, é a nossa avresão pela simplicidade em português do "xupa xupa no dedo" e d'"eles olham pra direita e pisca pisca" da Rute ou de uma Marlene mas da tolerância por "No natal passado, dei-te o meu coração, e no dia seguinte, deitaste-o fora... este ano ... vou da-lo a outra pessoa" do Geroge (e não Jorge), que faz de nós ligeiramente patéticos e algo ridiculous.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Dia da Liberdade

Ontem comemorou-se me Portugal o dia da liberdade (nacional), o 25 de Abril.
Eu sou de outra geração, a geração pós 25 de abril, também já chamada de geração rasca. Esta geração, que os nossos pais, tios que lutaram pela liberdade numa altura em que se sentiam que ela faltava está também cativa de ter nascido pós 25 de Abril. É a geração que na realidade não lutou para conseguir a liberdade de expressão, pela democracia, pelo sufrágio universal, pela igualdade de direitos, nomeadamente no acesso à educação, saúde, e mesmo acesso às instituições - políticas por exemplo. Mas o facto de termos nascido e 70 e tais ou 80 (entas) impede-nos de ter esse mesmo ónus, ou seja, somos menos, temos de provar mais para mostrar que valemos tanto quanto aqueles que lutaram.
O que hoje sinto é que o poder político está entregue a muitos analfabetos que ergueram bandeiras sem saber, ao certo o significado delas. Que estiveram nas RGA, nos MRPP. Que - quiçá por preguiça - se recusaram a fazer parte da mocidade portuguesa. Que colaram cartazes e isso foi decisivo para lugares partidários e políticos que, por via da liberdade, se mantiveram eternizados no tempo. Os nossos libertadores hoje estão agarrados àquilo que foi uma conquista importante no passado e no futuro daquele tempo, mas aquilo a que apregoaram em voz alta, hoje perdeu-se nos corredores das câmaras municipais, nas juntas de freguesia, nos passos perdidos, nas galerias do parlamento.
Hoje ter acesso à política, entrar num partido é possível com um empurrão das pessoas certas. Ser nomeado para um qualquer lugar depende quase exclusivamente da umbrella partidária ou económica - veja-se o caso Morais. Não basta ser bom, e isso é o défice democrático que eles não conseguiram, ou melhor... nos impuseram...

terça-feira, 24 de abril de 2007

MY PLACE

Não podia deixar aqui de por um dos sites de eleição para organizar viagens, fazer surpresas, conhecer lugares imperdíveis com um gosto refinadissimo de fazer inveja...
my place

Finalistas

Passados 6 anos e tantas coisas, encontrei (absolutamente por acaso) uma página na Internet com a minha turma da UCP (Universidade Católica Portuguesa).
Trata-se de uma votação para prémios atribuídos aos finalistas da nossa turma, que aqui reproduzo. Hoje alguns chegaram a ser aquilo que lhes atribuíram na altura, outros não.
Não sabendo ao certo qual venci, sei, pelo menos, as nomeações que me atribuíram.
Aqui estou eu, na altura conhecida como MARIA FILIPA MATOS.
And the nominees are:
O mais Falador: Maria Filipa Matos, Rita Valente, Rui Soares, Susana Lé, Vanessa Marques, Vânia Maia, Rita Jordão
O mais Engraçado: Vânia Maia, Joana Cruz, Cristina Rafael, Maria Filipa Matos, Rita Valente
O mais Comunicador: Maria Filipa Matos, Vânia Maia, Marta Lopes, Bernardo Ramirez, Joana Cruz, Cristina Rafael
Com mais probabilidades de ser a nova Teresa Guilherme: Maria Filipa Matos, Cristina Rafael, Marta Lopes.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Gobbels e Globos

Gobbels foi o Ministro da Propaganda de Hitler. Uma cabeça brilhante que se apoderou da técnica comunista de controlar a comunicação adequando a uma realidade politicamente absolutamente oposta. Diz-se que a força de Hitler em muito se deveu a ele. Ouvi falar de Goebbels a semana passada bien à porpos daquilo que depois se confirmou nas páginas do Expresso. O absoluto controle da comunicação, que diga-se quanto mais elevadas são as instituições menor o espaço privado e maior tranparência é exigida, numa óptica de quando eu quero, com quem eu quero, a quem eu quero e como eu quero. A postura que assistimos é, no mínimo, invulgar depois da afirmação democrática do 25 de abril e que em pouco se coaduna com os principios dos meninos que na altura erguiam cravos.

Para distrair das não-respostas dos exemplares, assistimos aos Globos e pomo-nos a pensar quem dali terá curso superior. Superior em quê? pensamos... Bom, independentemente da formação académica, nem todos precisamos de cursos universitários para desempenharmos funções com brio, rigor, destreza e em beleza. Mas dá sempre jeito o Sr. Dr, ou o Sr. Engenheiro no Portugal dos pequeninos.

O Senhor Primeiro-Ministro podia ser apenas Senhor Primeiro-Ministro e ser um excelente Primeiro-Ministro, mas antecipando-se a qualquer crítica à falta de legitimidade para o cargo, na altura de Ministro, como se fosse condição para o bom desempenho de funções o canudo, lá tratou de arranja-lo.

Pior do que não o ter é a dúvida da real validade do mesmo. Está tudo tão confuso que mesmo que o Senhor tenha estudado muito, durante muito tempo, assistido a aulas de cadeiras técnicas, curiosamente na sua maioria dadas pelo mesmo professor, a dúvida permanece. Pior ainda saber-se que o site onde as habilitações académica do PRIMEIRO-MINISTRO deveriam constar tem vindo a ser alterado consoante vão saindo as informações na comunicação social. Neste momento diz-se licenciado em Engenharia Civil omitindo os pormenores. Diz-se pós-graduado em Engenharia Sanitária, mas também já veio a público que não existe tal pós-graduação. Afinal onde estão os colegas de turma do PM? Que venham agora dizer que estiveram lá, nos exames sentados ao lado dele. Bom, no entretanto temos as distrações costumeiras que ajudam a passar, ou pelo menos minimizar a polémica.


Gostei dos Globos de outro e o cabeleireiro do Oeiras Parque também, porque no domingo à tarde estava à pinha para conseguir dar vazão a tantas meninas que lá se dirigiram para se fazer sobressair na gala mais mediática da televisão.

Descobri um penteado novo, inspirado na Giselle e consegui disfarçar as indisfarçavéis pontas espigadas, estragadas, queimadas que ainda me vão obrigar a cortar o cabelo "à rapazinho"...


Este ano globei, para o ano não sei, mas fiquei com pena de terem deixado cair os prémios de televisão. Em causa própria...mas acho que a classe deveria reivindicar. Não vi o Herman ao vivo para meu desgosto que escondo no rosto, mas estive ali, encostadinha à Lili que invejou o meu prato - absurdamente cheio de doçaria - na ceia que à gala se seguia. Fica para a memória a foto.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Paris


O mais bonito
museu de Paris...
o Musée d'Orsay...

Paris



Chansons d'amour....
ta ta ta ta ta

quarta-feira, 14 de março de 2007

decisões

Não vejo mal nenhum em dizer que não alinho em decisões sobre o meu futuro que não sejam tomadas sem a minha posição. Será errado?

Blogs

Hoje a discussão, no fórum da TSF, foi sobre a importância dos blogs no debate político. Quando comecei a escrever no filipedo, que mais tarde veio a ser desgostonorosto, sempre com o título achanatar, em 2004 nunca imaginei que tão rapidamente este canal se tornasse num quase diário público.
Para mim, ainda continua privado. partilho com poucos, mas gosto de comentários. Serve sobretudo para me divertir, para escrever e descrever estados de alma, ideias, paixões, parvoíces, reflexões e desabafos. mas serve também para guardar memória de acontecimentos da minha vida. Hoje guarda quase três anos de memória numa cadência quase sempre regular. Tenho várias visitas de perfil, mas muitas mais de post. Mudei de nome, uma vez, porque temi que a minha privacidade fosse violada. Se fosse por gosto, muito bem, mas nesse caso não era. Ao visitar o passado vou-me divertindo. Não tenho aspirações pseudo-intelectuais, nem o meu registo é dessa aparente e supreficial vaidade. Prefiro esmerar-me in real life, com outras coisas. Não podia deixar de dizer que visito outros, esses ditos bons e divertidos. Mas adoro o meu achanatar, cmo também gosto particularmente da Juanitta... Não há Rewind, só Fastforward. Já tive músicas, e a que mais gostei foi o Psyco Killer. Já me identifiquei, mas não exagero, porque o melhor mesmo é podermos dizer o que quisermos sem nos maçarmos que nos identifiquem. Talvez isso mesmo seja cobardia. Eu chamaria antes precaução.
Abraços...

segunda-feira, 5 de março de 2007

O pecado...

O pecado é com os meus 53 kg (que imagino ainda ter apesar de vestir um número acima do que vestia no verão) passar ali mesmo à beirinha dos pastéis de Belém e não resistir aquele estaladiço gorduroso que invariavelmente me queima a língua. É a ganância! Faço-o às escondidas e acumulo no carro pacotinhos de canela e açúcar que finjo estarem ali há anos quando alguém me diz: “Cheira ligeiramente a canela…, não cheira?!?”. Disfarço.
E falando de quilos a mais tenho algumas questões que me enervam e por muito que pense não consigo encontrar respostas. Porque é que quilos se escreve com q de nove e quando queremos simplificar pomos kg (com K) …. Porque é que os números da roupa, pelo menos da feminina que é a que melhor conheço, andam sempre aos pares, ou seja, não existe quem vista o 35, ou veste 34 ou veste 36. Porque é que nós dizemos o 37 de pés e os americanos dizem o 5. Tanta convenção e na realidade isto é mais ou menos como o Tratado de Kyoto, os americanos fazem sempre diferente…

MONA LISA...


A delicadeza do nome Mona Lisa, em português perde qualquer sentido. Não se trata de uma potencial rudeza da sonoridade que damos às palavras. Nem tão-pouco da traição da semântica ao som. Trata-se apenas da multiplicidade de significados que uma palavra, seja ela um nome seja um adjectivo, possam ter em diferentes línguas, ainda que todas elas de origem latina. Para mim, Mona Lisa, faz-me lembrar a cabeça do António Vitorino do PS. Mona Lisa é Cabeça Careca, e mais nada.

Para além de que aquela pose, e aquele semi-sorriso são extremamente irritantes. Ela não é bonita, ainda que possa estar bem retratada e maravilhosamente pintada.

... e também por causa desse filme e do diamante de sangue que aguardo ansiosamente a estreia numa sala perto de mim, que já me estou nas tintas para o Gael.... guess why?

Entre Inimigos

Domingo à tarde num dia que parece que a chuva hesita entre cair ou suster-se em nuvens carregadas, as piores inimigas dos donos de bares da praia.
Para fazer render o dia, que acaba rapidamente resolvo ir ao cinema, a tempo de sorver Scorseese. Quero poder falar (bem ou mal) do vencedor absoluto dos Óscares com a certeza que o filme é genial. Não tenho qualquer dúvida mas quero confirmar com a minha experiência. Matt Damon no seu melhor ao lado de Leonardo Di Caprio que já não me surpreende. Jack Nicholson justifica a sua presença no anfiteatro da gala da Academy of Motion Picture Arts and Sciences. Absolutamente notáveis quer no desempenho quer pela força dos papéis na trama. Um filme diferente, mas genial onde saímos cansados da enorme tensão que sentimos em todos os momentos. No Palmeiras, às 3h30 a sala está a metade. Um recorde para o espaço que vive habituado a uma média de 5 lugares (se tantos) por sessão. Sem pipocas, sem barulho, assisti ao filme à moda antiga e tive direito ao intervalo para ganhar energias para a segunda parte. É daqueles que me deixa a pensar quando abandono a sala, que anda tão rápido que quase não tenho tempo para articular todos os movimentos. Absolutamente genial. Um gosto para acabar com este desgosto estampado no meu rosto.

tédio

Segunda-feira, 12h11m
Enquanto a crise da cml vai passando, esta empresa parece estar cada vez mais moribunda. Nós cá vamos parasitando à espera de qualquer coisa que nem sabemos bem. Entre anúncios de demissões, sem qualquer consequência, observamos com alguma inércia o desenrrolar de acontecimentos pouco relevantes. Fica para o registo esta manhã onde não vi ninguém que mandasse e vi quem devia mandar, mas não só não o sabe fazer, como não usa dessa possibilidade. Prefiro encerrar este tema, tão entediante que agonia. Vou falar de cinema e de planos para os próximos tempos... até já.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Feudos

Acho absolutamente insuportável as coisas que algumas pessoas dizem para não se comprometerem nem comprometerem o feudo. Mais, tentando manipular as conversas, com artifícios retóricos para fazer deslizar a conversa e obrigar o interlocutor a assumir posições pelo prazer que dá a esses desafiadores desdizê-los e contra-argumentar.
Talvez esteja a ser sibilina. Talvez esteja a ser demasiadamente confusa, mas fica para uma memória próxima este artigo que junto a uma conversa (pouco) interessante onde me impingiram posições e tentaram diminuir a minha capacidade de raciocínio.
O meu esforço intelectual pode não estar fundamentando na lógica indutiva ou dedutiva e pode assentar em falácias filosóficas que, intelectuais possam por em causa, mas não aceito não poder expressar as minhas posições ainda que estas se por alguns partilhadas possam compromete-los.
Causa-me dó defendermos aquilo que não acreditamos, que é óbvio, fecharmos os olhos ao evidente, pelos potenciais dividendos políticos futuros dessa não assumpção da realidade. A essa mesquinharia daria um nome: comunhão com a mediocridade. Ainda estou e (se deus quiser) vou a tempo de me afastar disso.

Filmes...


Entre bons filmes e maus filmes vou deambulando na minha fase mais cinéfila possível. Estou doente por filmes e entre estes, entregas de Óscares, block bostas, multas de atrasos e críticas e procuras na net por mais informações... Não me sinto mais culta mas mais informada com algum medo, confesso, de deixar cair o meu consciente na ficção. Acontece-me de vez em quando e tema que seja sinónimo de deslize para a loucura. Por exemplo, ao ver um Dr. House imagino o meu corpo por dentro...que temo que esteja infectado, que esteja carcomido... enfim, mas vou-me divertindo e obcecando...
No filme principal que diariamente assisto a uma sequela sou apenas figurante. Assisto quase passivamente a um filme que diria um misto de hitchcok com Alejandro González Iñárritu. O primeiro cria suspense até ao último minuto, misturando, por vezes malícia e perversidade. O segundo tem várias histórias em simultâneo que juntas dão-nos uma visão holística da realidade. Não posso adivinhar o fim desta história que esta a ficar cada vez mais macabra. Não é uma novela da globo onde possa ler num site brasileiro os próximos capítulos, mas a minha intuição, que geralmente me oferece um pouco mais do que o óbvio, não me dá pistas concretas. Sei que na trama, quem se trama são os figurantes. Os danos são colaterais - como no Match Point tão bem disse Chris Wilton (Jonathan Rhys Meyers) e por vezes justificam-se em função de um objectivo superior. Tal como na guerra, na tela - nesta tela especificamente - não tenho grandes dúvidas que os personagens principais vão acabar bem. Já quanto a nós, que somos tantos, que participamos menos, seremos certamente aqueles que apanharão as balas e darão o corpo para salvar os outros, porque alguém tem de sair bem...
Só o realizador pode mandar o argumentista mudar o caminho e... há sempre excepções...

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Strip tease

Este aconteceu-me há alguns anos, muitos, talvez 7. Na altura armada emjornalista a sério. Combinei com uma amiga da faculdade um programa, enfim, no mínimo sui genereis. Ela tinha convites para o Champagne, um bar de strip muito em voga na altura onde se dizia encontrarem-se pérolas de leste que faziam tudo, mas não concretizavam nada. Lá fomos as duas lampeiras, ela muito menina, eu também, mas menos. Era a apresentação de um CD de uma estação de rádio à qual estava associado o Pedro Miguel Ramos (julgo que MIX FM). Fomos as duas e quando chegámos eram homens e homens e algumas mulheres, poucas meninas. Tudo a olhar para aqueles rabisoques brancos com uma tira de fio dental a fazer de roupa.
Lá estava o então meu namorado, sentado e observador, guloso como era, e um amigo do sassoeirinhos. A verdade é que foi talvez o ambiente mais estranho para o conhecer (o amigo). Ele nunca mais se esqueceu. Conheceu-me num bar de strip... O nosso namoro não durou muito mais...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Não és tu, sou eu...

Ontem vi este filme argentino, nas cadeiras empoeiradas pela falta de uso do Cinema Palmeiras. Não és tu, sou eu, é um clássico. Uma pérola. Fala da história que quase toda a gente que eu conheço, num papel ou no outro, já viveu.
Um namoro perfeito, mais ou menos estabilizado. Resolvem emigrar. Ela vai poucos dias mais cedo e lá tem à espera uma família amiga dos seus pais.. consegue uma entrevista de trabalho para o mais que recém marido, um emprego e vai de fim-de-semana. Afinal de fim-de-semana só foi ela e o amigo do pai. O resto da família continua em Miami. Poucos dias depois, em conversa telefónica, já ele tinha libertado o apartamento, deixado o emprego e estava a escassas horas de embarcar ela pede-lhe que não o faça.
Afinal estava confusa e achou que tudo poderia ser uma precipitação. Ele fica na mais profunda tristeza. Regressa a casa dos pais. Não encontra qualquer razão para viver senão ela, a Maria. Torna-se maçador a tentar perceber o porquê. Perde a concentração. Perde a dignidade. Perde o emprego definitivamente por erros que não se permitem a um médico cirurgião. Quando começa a tentar levantar-se já não sabe como se volta ao mundo dos vivos. Age como um adolescente. Até que o acaso o leva a reencontrar um novo entusiasmo. Vai-se recuperando pouco a pouco e o meses passam. Finalmente, o seu sogro está às porta da morte e Maria regressa. ele vai busca-la. Ela pressiona a voltar. Quer recuperar tudo o que perdeu. Já não há amigo do pai, não há Miami, não há nada. Sente falta da casa deles, sente falta do mimo, do cheiro de tudo. Ele ainda hesita, mas percebe que aquela já não é a sua casa. E aposta num novo caminho.
Eu já fui o Javier, e já fui a Maria. Já vi nuances diferentes da mesma história. Já vi Marias que foram recebidas e que tudo voltou a ser quase como era.
Já vi quem acordasse a chorar, viver a cafés e cigarros, penasr que tinha "esgotado a capacidade de amar"... enfim... Já vi também precedentes que se abriram e que nunca mais se sararam. Mas garanto que todos os finais são possíveis.
Se eu fosse ela nunca teria ido.Ensinou-me a vida depois de ter estado lá...mas embora Maria... o meu filme é outro!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

enfeirar

Quem não gosta de enfeirar? Hoje ouvi esta palavra, enfeirar. Enfeirar é bom, cansa, mata, mas é bom. E por falar em enfeirar, veio à conversa perfumes falsos. E daí saltamos para as antigas lojas da baixa que vendiam colónias a litro. Depois lembrei-me dos kit's natal que eu e as minahs irmãs preparavamos:
- cestas compradas nas feiras do minho
- tiras de papel desfeito
- bolinhas de óleo de banho do boticário (compradas à unidade)
- pequenos sabonetes individuais (de hoteis)
- frascos de amenities dos hotéis (shampos rascas e gel de banho)
Tudo juntinho e bem embrulhado faziam as nossas delícias que impingiamos a toda a família.
Tanta imaginação desperdiçada...

Os testículos do Jardim


Estou francamente feliz. Estou muitíssimo feliz. Hoje, num (fraco) exercício intelectual percebi que já posso dizer Testículos. Sim, TESTÍCULOS. Alberto João Jardim elevou os testículos à condição de parte do corpo. Agora estão “ao lado” do nariz, dos dedos, das orelhas, da boca. Se tinha algum pudor, até agora, de pronunciar esta palavra, testículos (não me canso), agora posso dizer “à boca cheia”, os testículos. Já não é preciso disfarçar, e dizer “levas um pontapé nos…” ou estás a roçar os….”, ou num tom mais ordinário “quer é despejar os …” . Falar agora nos testículos é como falar no estômago, nos olhos, nas orelhas. Já os Tomates (e prometo que esta foi a última vez neste post que uso semelhante palavra) passou a constituir problema. Ele não queria ter usado esta palavra, por isso disse testículos e disse bem. Testículos são como o pénis, como o joelho. Os outros, que acabam em “ates”, são como a penca, ou o focinho. E muito bem visto, com uma clarividência que só jardim conseguiria ter, desmistificou a palavra e devolveu o seu significado original. Esqueçam os tintins, as bolas, os lhões… agora são testículos, que isso é que é o bom português. Confesso que tenho algum receio que qualquer dia, encontre numa frutaria senhoras encavacadas por pedir um quilo de … ates… enfim, a palavra proibida. As saladas, as lasanhas, em calda, para tudo isso agora teremos de repensar numa nova palavra que corresponda ao fruto em causa. Entretanto podemos ir à origem, que ao que percebi não vem do latim, mas do nouatle, língua do perú, o primeiro povo que começou a utilizar este fruto como alimento. Provém de uma planta Solanum lycopersicum. Aqui ficam algumas características dos testículos, aliás dos….ates, que o Alberto João Jardim, pessoa que na generalidade não tem vergonha do que quer que seja, desta vez teve vergonha de pronunciar. . .
reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Solanales
Género: Solanum
Espécie: S.lycopersicum

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

desenhos animados...




O ridículo carnavalesco


É interessante ver como em mim se operou uma mudança face ao Carnaval. Quando era miúda adorava passear com uma máscara fosse ela qual fosse. Um passeiozito a Belém com uma peruca handmade, de meias de lycra e lãs grossas cozidas. Ia ver os meninos vestidos de zorro ou cowboys e as meninas de damas antigas e fadas. Nunca consegui ser fada, nem princesa, nem rainha, nem dama antiga à séria com armações de ferro dentro do saiote. Não consegui porque a minha mãe nunca me proporcionou esse imenso prazer. Ainda tentei e estive lá perto, mas mais não consegui do que puta fina exagerada nas minhas bochechas redondas ou puta pobre com camisas de dormir dos anos 70 e tules rosa.
Adorava o Carnaval para poder mandar sacos de água na janela do 2º esquerdo da casa dos meus avós – e em trica ter a campainha encravada de tanto tocarem a denunciar-me aos pais. Adorava os bailes de música brasileira genuína e dos longos serões da RTP em directo dos sambódromos brasileiros com maminhas a saltitar entre jóias falsas a fazer de bikini. Adorava ver as plumas e imaginar-me dentro delas.
Hoje acho ridícula a evasão brasileira, que mistura a euforia onde vale tudo e esconde ao mundo a pobreza (de dinheiro e de valores) a que aqueles estão votados. Acho excessiva e até nostálgica. Dá-me pena. Mas têm uma desculpa, têm genuinamente calor, têm alegria, têm música, têm tudo, por isso têm o carnaval assim...

Por cá é diferente. As lojas dos chineses oferecem as novas máscaras de Lycra. São fadas, princesas, zorros, cowboys, diabos – todos com a mesma base – uma fina túnica de tecido maleável onde cabe um S, um M, um L e um XXL, e um remate de tule. São perucas para qualquer disfarce, que uniformizam os looks.

As festas também seguem a mesma linha… já não há baús, nem originalidade. Já não há aquele investimento na novidade que nos obrigava a uma procura profunda nos confins de um armário da avó. É mais fácil, mais prático, mais barato até ir vestido de chinês.

Nos nossos corsos, vemos o novo samba português, em carinhas brancas de bochecha rosada que tentam resistir ao frio e à chuva que insiste em não dar tréguas no sempre diferente dia de Carnaval, em trajes que antevêm constipações, gripes, senão mesmo pneumonias.
É de tal forma deprimente que vemos como rei do Corso o Zé Figueiras e Ricardo Pereira. Um porque canta o "ode lé li róooo" e o outro porque viveu um ano no brasil a ganhar fama na globo. Brasil, logo, Carnaval, logo corso, logo samba português.
Esquecemo-nos que não temos a elasticidade gerada pela mistura africana com a portuguesa que deu no barasileiro e que nos distingue dele. por isso eles são fantásticos capoeiristas, por isso eles são grandes na bola, por isso eles são brasileiros e nós portugueses. Por isso deviamos ficar pelas lojas chinesas, ou nas modistas amélias e pedir um bom corte para ir a um bailarico ouvir o Cid. Ou esquecer o Carnaval... afinal temos as nossas marchas.... genuinamente nossas...

Gael

Quero dizer aqui, pela primeira vez, que para além da minha paixão já conhecida por alguns dos vistantes deste blog, descobri recentemente que tenho outra... Não é o meu umbigo, é o Gael Garcia Bernal. Nunca gostei daquele tipo de bocas. É um género que não combinaria comigo, mas confesso que Má Educação, As Viagens de Che, Babel etc etc etc fizeram com que destronasse o último meu admirado Jude Law, que sucedeu a Brad Pitt (Brad esse que hoje em dia acho extremamente irritante e ligeiramente aparolado). Gael podia ser Gabriel, mas é ainda mais giro, mais original. Tem algo de melódico dizer: Gael Garcia Bernal, quase como um poema.. mel, comia, mal... ou gel parecia mal... enfim, onde a imaginação nos levar.
Hoje sou Gael, amanhã também serei... fico à espera de novas estreias...

Um bom casting

Ontem fui ao cinema, ver as cartas de Iwo Jima. Absolutamente notável.
Dos filmes que nos fazem esquecer tudo e nos colam à tela com uma vontade que a história dure, dure, dure…
Nas minhas Na verdade o que mais me incómoda não são os protagonistas, mas a trama. Quando o filme é mau, é mesmo mau e não há actores que por muito conhecidos que sejam o possam salvar. Muitas vezes servem até para arruinar carreiras já estabelecidas. Quando o filme é bom então pode até ser a escada lançada para o pódio da fama, quiçá para a estatueta. Foi assim com Peter O’Tool em “Lawrence from Arabia”, foi assim com "O Pianista" (um Andy narigudo), foi assim com tantos.

Também e assim em política. Se o elenco for médio o filme até pode ser salvo. Se o elenco for mau, não há trama que sobreviva. Tudo depende portanto da trama e do elenco. É a conjugação deste dois que pode assegurar a salvação do filme. Quando a trama não é boa, o elenco não presta, os figurantes são de segunda e o protagonista não sobressai por qualquer qualidade – apenas por não ter um historial mau – então será mais um filmezito, provavelmente medíocre que dependendo do investimento poderá para pagar o gasto ou nem isso, podendo, quiçá, levar à ruína daquele estúdio.

Um bom casting é fundamental e desta vez MM não foi exímio na escolha…

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

a mobilidade

A EMEL vai recrutar mais 50 funcionários. Num momento em que a CML atravessa uma crise profunda e onde não há discurso onde não se fale da sua "grave situação financeira", onde não há serviço onde não se sinta os efeitos dessa grave situação financeira, quer pela falta de tinteiros, pela falta de folhas, pela falta de papel higiénico, pela fala de cd's para gravar documentos... é de admirar que se vá acolher numa empresa mais 50 funcionários. Mais ainda de admirar quando existem empresas paradas, com recursos humanos parados, e sob as novas normas da nova lei do sector empresarial local. Seria de esperar que o Senhor Presidente, decalcando para o município os exemplos da administração central exigisse das administrações das suas empresas a aplicação do exemplo de mobilidade de funcionários. Seria de esperar que pusesse a trabalhar funcionários que ganham e que nem sequer aparecem nos respectivos serviços. Não é difícil saber onde estão, nem sequer é preciso procura-los...

e nós...

Muito se fala do Senhor Presidente da CML, dos Senhores Vereadores e dos Senhores Deputados Municipais. Fala-se da bancada, dos senhores administradores das empresas, que chegam, que ganham e que vão. Fala-se da doença que esta Câmara vive onde não se encontra sinal de cura - onde nem a ciência, nem a mão divina parecem ter qualquer poder. Uma lepra que vai degradando, cada vez mais, já não apenas os apêndices mas os órgãos. Espera-se que não chegue ao coração, mas não anda longe. É nesta agonia, desesperante, que são esquecidas as células, fundamentais para a existência / subsistência do corpo. Nelas, não há lugar a transplantes, nem próteses. As células são os trabalhadores, os funcionários, que aos milhares esperam pela retoma do ritmo cardíaco. Esperam por um sopro de alento. Esperam poder continuar a trabalhar com seriedade. Nem todos são maus, nem todos estão infectados pela “doença”, e na realidade, todos juntos fazem o corpo continuar a viver. Então, neste momento crítico que o moribundo corpo atravessa, seria de esperar qualquer atenção a eles (funcionários), seria de esperar que fosse dirigida e até pedida uma palavra. Todos os dias, nos serviços, nas empresas observa-se uma inércia e a letargia passa de incómoda a habitual. Qualquer dia desaprende-se de trabalhar, porque não há objectivos, estímulo, motivação, exigência nem exemplo de rigor, eficiência e participação. Que a democracia nos (os) proteja.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

e ainda assim

Para a memória, recebi um ramo de flores.

Cheguei a casa e vejo à entrada um ramo enorme, cujo cartão rezava o seguinte: "Um beijo grande com muito amor "Avílio". Ligo de imediato para a minha mãe para "parabeniza-la" da originalidade (nada original para outros, mas muito para o nosso caso) do acto.
Explico: o meu pai é tímido. É um atencioso tímido e algo desajeitado. Este episódio revela o seu coração enorme, algo solitário e de profunda amizade / dependência da minha mãe. Quando viveram em Alcobaça havia um senhor que era motorista chamado Malaquias. Malaquias deu para todos os homens e namorados das nossas vidas. "Lá vou eu e o meu malaquias." Anos mais tarde re-baptizamos o meu pai de Abílio (que é mais próximo de Álvaro, o nome original). Ela passou a ser a marilina (de Marilyn Monroe). Daí se explica o cartão.
Quando congratulei a minha mãe, oiço ao fundo: "diz para ir ao quarto dela". Pensei que o Avílio se tinha esticado. Poderia ter estendido a simpatia às filhotas. Erro: tinha um lindo ramo de rosas com um cartão que rezava o seguinte: "Amo-te minha Valentina. ass. Armando!".
Fiquei feliz!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

para partilhar

descobri que há muita gente da minha idade que não se lembra de alguns desenhos animados que fizeram as minhas delícias enquanto criança. Gostava de partilhar alguns deles:

Estrunfes
Benni Flápi
É bom ver na floresta o sol nascer
Flora (...bonita... flora)
Tom Sawyer
Dartacão e dartagnan (versão tarduzida)
Bia (B e á Be é babe, ...)
Les Aventures de Tintin
Heidi
leves reminiscências de Marco
Médico que entrava no corpo humano e reconhecia as células (em francês com legendas)
He-man e Shira (I have the power of gracekul)
Abelha Maia
Pantera Cor-de-Rosa

aquela cativa

Tenho duas alternativas: ficar cativa ou libertar-me com o custo associado a essa decisão.

Se ficar cativa mais cabelos brancos, mais desmotivação, mais desespero, mais conversa mole, mais desabafo duro, mais desconfiança, mais distância, menos realidade, mais ficção, mais confusão, mais ignorância, mais arrogância.

Mas também mais jantares, mais viagens, mais sapatos, mais curso, mais cabeleireiros, mais unhas, mais cedo ou mais tarde caso, mais campera, mais saldos, mais cinemas, mais teatros, mais sala, mais computador, mais ratos, mais fotocópias, mais impressões.

Se me libertar, menos tudo o que é mau e menos de tudo o que é bom…A escolha é difícil.

e mais uma semana...

Enquanto aqui estou, esperando que esta malangita da CML tenha algum agito – que não signifique agito por agito – mas agitamento estrutural, que faça cair das prateleiras os bonecos já mofados, bafientos e obcecados com os seus 50cm2 de poder, não vejo em lado nenhum conclusões, satisfações, investigações sobre aquilo que ainda há tão pouco tempo deu sururu.
Não que não goste do António Pedro – até simpatizo. Mais eu com ele do que provavelmente ele comigo – mas ajudem-me a perceber o que aconteceu com a malograda EPUL que continua a premiar o estado de latência e (inocência) de quadros, premiados, vitalícios; Que continua a distribuir gordos ordenados a (gordos?!?) administradores sem aumentar os funcionários de base. Que vai comendo todos os dias um bocadinho do meu imposto autárquico.
Digam-me também onde pára a sindicância. Digam-me já agora onde param os competentes, que há muito não os vejo, neste Portugal de anõezinhos, porque a nossa pequenez é adulta e a mesquinhice só existe nascida da sua própria consciência. Estou farta disto tudo. Sexta feira volto a jogar no Euromilhões.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

lá lá lá lálá


Aliás, o dia de São Valentim, faz-me lembrar o fim de ano… quando somos obrigados a ter de nos divertir a arranjar uma festa à pressa para ir senão… somos uns tristes ou pelo menos sentimo-nos assim, porque a sociedade assim nos impõe. Não recebi nada, não vou oferecer nada e estou ansiosa que chegue o Carnaval. Nesse, corro por gosto!

"Não sou rato, da cidade, nem do campo, nem do espaço"
"Topo Gigio, Topo Gigio, és um grande amigalhaço. Diz-me lá, que tipo de rato és?"
"Eu sou teu amigo e vivo no sotão de um estudio de televisão... e diz-me tu, que tipo de homem és"
"Eu toco piano e sou teu amigo do fundo do coração"

Valentinas e Valentões

Dia de São Valentim. Toda a gente diz que é uma pirosada, mas a verdade é que não há ninguém que não goste de ser lembrado neste dia. Seja por um namorado, marido, amante, amigo, pretendente incógnito ou outro qualquer. A verdade é que para qualquer pessoa, ou para quase todas as pessoas o dia instituído para namorar faz as mulheres lembradas se sentirem Valentinas e eles Valentões. Quem não se recorda do eterno casal enamorado Valentina Torres e o valentão Armando gama que cantava calorosa e apaixonadamente: Linda linda… esta balada que te dou. Embora intangível este presente entrou na vida de todos, numa altura em que o canal privilegiado de informação era a RTP – por ausência de concorrência – e todos os programas que transmitia que incluíam um rato que vivia no sótão de um estúdio de televisão (ai mamã). Nesse tempo deliciávamo-nos com o Topo Gígio e as suas conversas com o Valentão Gama, que como o outro Gama soube conquistar não só a Valentina mas, pelo menos o nosso ouvido que nos pôs, quase em uníssono a trautear:
Voz Aguda. “não sou rato, da cidade, nem do campo, nem do espaço”
Voz Grave “Topo Gigio, topo Gigio, és um grande amigalhaço”.
Eu prefiro a linda, linda, que provavelmente influenciou o tratamento curriqueiro que se partilha entre amigas e namorado “então lindinha”, ou “que tal linda?” tratamento este totalmente independente da fisionomia da intelocutora….
Enfim, valentins e valentonas de hoje e de todos os dias, “minhas lindas”, tenham um óptimo dia de São… e não se esqueçam, que vem ai o dia dos avós, o dia dos netos, o dia do não fumador, o dia de atar os sapatos, o dia de beber uns copos, o dia de Carnaval, o dia de entregar as declarações de IRS, o dia de fazer cocó coom força e por ai fora.
Xau lindos…

sobre outras coisas

Acabei a primeira parte de última fase do meu Mestrado. Não posso dizer que não seja Mestre, porque há luz dos novos conceitos de licenciatura, a minha, ao que parece, equivale a um Mestrado. Portanto, sendo, embora não me considerando Mestre, insisto em querer sê-lo duplamente, para poder dizer com a convicção dos antigos que falo ou escrevo com Mestria.
Embora cansada, não posso deixar de dizer que este esforço tem valido a pena, porque ao contrário da PG - um anos de aulas, repartido por três trimestres de avaliações intensivas - os conhecimentos adquiridos ultrapassam sobejamente o que até aqui consegui. Tirando do pacote algumas chachadas, que descreveria como manuais medíocres gráfica e pateticamente adaptados a númerosos slides de Power Point debitados por maus oradores, mal preparados e inconscientes do público presente, o saldo foi positivo e não posso deixar de notar uma consistência curricular que deixa de fora apenas finanças.
É por essa razão que me sinto satisfeita e mais ainda, que me sinto esperta. Fazia-me falta, há um tempo atrás, enriquecer a minha carteira de conhecimentos, o meu léxico e o meu leque de domínios. Por isso grito, qual grito do ipiranga -estou livre!!! ou pelo menos, quase...

só para terminar...

ainda sobre o aborto, não podia deixar de dizer que tenho visto tanto, cruzo-me com tantos durante o dia que... é uma pena que não tenha sido liberalizado há mais tempo... eventualmente seriamos todos mais felizes...

o aborto

Ganhou o sim, e eu não festejo embora tenha votado sim. Por duas razões não festejo:

1. porque não se festeja uma coisa que deve ser óbvia, é como dizer vamos festejar não entrar droga nas prisões, ou vamos festejar que se tem de pagar o IRS ou vamos festejar que o tribunal Constitucional obrigue os políticos a declarerem os rendimentos e seja consequente com aqueles que não só ultrapassam os cargos legais para o fazerem, como se recusam a faze-lo. Isso não se festeja, como não se festeja que, se todos concordamos que as mulhres não devem cumprir penas realizando abortos nas 10 primeiras semanas de gestação, então a lei que se adeque.

2. porque abortar é feio, porque é doloroso e porque não credito que algúem se mova a fez-lo sem que tenha razões muito fortes.

Por isso não festejo, nem congratulo. Não fico contente. Acho, simplesmente... normal.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

ainda aborto

Como cidadã sem vínculo político queria colocar algumas questões que em consciências, a mim e a uma conjunto alargado de pessoas com as quais privo, nos fazem tender o voto para o sim:
Não será ignorar as mulheres que são pontapeadas na barriga, ou empurradas de escadas para realizarem abortos "espontâneos" em aldeias recônditas no interior do país?

Não será ignorar a evidência que se existe o aborto clandestino, este continuará a existir e as piores "casas" que o realizam continuarão a faze-lo sem serem responsabilizadas quando este não corre bem? quando há complicações posteirores?

Não será a realização do aborto uma mal inevitável que presistirá, legalizado ou não, como a prostituição, a venda de produtos ilícitos, etc etc.

Acreditam que os movimentos que se têm revelado pelo Não não continuarão a ter um papel, cada vez maior, sendo aprovada a lei, de dissuadir as mulheres a realizarem o aborto, e só em último caso terem de optar por esse caminho?

Não será uma hipocrisia o que aconteceu até agora a quem realiza aborto - uma mulher que tem dinheiro pode assegurar faze-lo com todas as condições e uma que não têm arrisca-se a faze-lo sem segurança e sem responsabilizar os intervenientes?

Não seremos nós a tentar impor uma política de natalidade quando nós não somos o legislador nem o estado e vivemos num país com os piores salários da europa, a gasolina mias cara da europa, as casas mais caras da europa, a qualidade de vida pior da europa, a produtividade pior da europa, o crescimento pior da europa?

Não serão muitos dos mandatários do sim, pessoas desligadas da realidade do interior do país, onde há quem morra porque provocou "desmanchos", porque tem de trabalhar no campo para sobreviver. Porque não estudou porque a escola ficava a 30 km de casa. Porque a cultura não chega lá. Porque não têm nomes sonantes nem berços vibrantes. Porque lhes faltam dentes e mal sabem escrever. Porque não percebem uma palavra de inglês. Porque há vergonhas de comprar preservativos. Porque se tem optar entre os preservativos e a carne.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

a minha fase proverbiana...

Estou numa fase proverbiana pelo que passo a citar alguns que são do povo , como eu...:

"Voz do povo, voz de Deus" (sondagem)
"A espada e o anel, segundo a mão em que estiverem." (Os incapacitados...)
"A cadela, com pressa, pariu os cachorros cegos." (O que lhes aconteceu...)
"Vem a guerra, vai a guerra, fica a terra."
(nós e eu)

"A primeira, qualquer cai. À segunda cai quem quer" (a tentação...)
"A razão e a verdade fogem quando ouvem disputas." (aos partidos)
" Amigo que não presta e faca que não corta: que se percam, pouco importa"
(o meu conselho)

"As obras falam, as palavras calam." (o que eu aprendi)
"As palavras voam, a escrita fica." (quem sabe... sabe...)
"Mais vale um que saiba mandar, do que cem a trabalhar" ( e não aprendem...)

DESPENALIZAÇÃO

Permito-me aqui dizer que sou absolutamente favorável à despenalização do aborto que agora está em causa.
Entendo todos os argumentos do Não e dos movimentos que lhe dão voz e, se há coisa que mais me transtorna, me incomoda e me deixa triste, é imaginar o que deve ser fazer um aborto. Abortar uma gravidez deve constituir para a mulher uma das maiores dores na alma. Uma espécie de auto-flagelação voluntária, que marca e marcará para sempre.
É por essa razão, e por acreditar na tese de Rousseau, que não tenho dúvidas que, mais ou menos conscientes, qualquer mulher é contra a realização de um aborto. É por essa razão que acredito nos Movimentos que existem, e cada vez mais devem existir, para dissuadir as mulheres a realizarem-no. A apoiarem a sua opção de manter a gravidez, por muito indesejada que seja. É por essa razão que acho que manter a gravidez deva ser a primeira opção.
Mas existem outras que não estão legalizadas.
1. Existe outra, que é o aborto. Numa cave escura, com uma parteira mal preparada que não se responsabiliza se o acto correr mal, porque perante a lei, ela não existe e porque denunciada, o crime seria partilhado.
2. Existe mais uma, que vai continuar a existir e fica a 200 Km de Lisboa e só lá chega quem pode.
Penso que a despenalização trará várias vantagens e não será mais do que mais uma opção: "se eu fizer aquilo que hoje já posso fazer, então posso faze-lo nas condições em que devo fazer. Se não correr bem, não tenho de me trancar em casa e esconder-me no meu silêncio envergonhado – que será sempre – dos médicos e dos hospitais. Vou poder denunciar e responsabilizar quem não está devidamente credenciado para o fazer. Posso evitar os pontapés na barriga que o meu companheiro me vai dar para ter um “desmancho” ou posso evitar a queda de dois vãos de escada abaixo, com o apoio e o acompanhamento devido. E quem sabe, se despenalizando, essas associações que a maioria de nós não sabia que existiam, não estarão mais próximas e me darão uma outra alternativa quando eu já não acredito ter mais nenhuma senão uma cave escura, um pontapé, umas escadas ou uma intoxicação por comprimidos que me poderão matar.
"

a promiscuidade do meio

Depois de uma curta ausência senti a necessidade de regressar, li um artigo do Vital Moreira no público, cuja origem é a Lusa. Amei a sua intervenção no debate sobre a DESPENALIZAÇÃO do aborto nos Prós e Contras e a argumentação que cala qualquer interlocutor. Não vale a pena insistir em elogios porque, até me sinto ridícula tecê-los a tão ilustre pessoa.
Reza o tal artigo:

"Vital Moreira condena que um jornalista saia de assessor do Governo e comece a escrever artigos de opinião sem que nada aconteça"
Audiência parlamentar sobre a comunicação social
Vital Moreira afirma que há promiscuidade entre jornalistas e governos
Lusa
04/11/2004
O constitucionalista Vital Moreira afirmou hoje que existe uma relação de promiscuidade entre os jornalistas e os governos e defendeu a necessidade de uma entidade reguladora para fiscalizar a actividade dos profissionais da comunicação social.


"Faz-me imensa impressão que um jornalista saia de assessor do Governo e comece pouco depois a escrever artigos de opinião sem que nada aconteça", referiu o docente da Universidade de Coimbra, durante uma audição parlamentar promovida pelo PS sobre a comunicação social.Falando após os jornalistas Joaquim Vieira, Inês Pedrosa e José Pedro Castanheira, Vital Moreira defendeu a necessidade de haver "regras" que obriguem um jornalista que tenha sido assessor de um governo a "ficar de quarentena".


Concordo inteiramente. Mas mais me choca a possibilidade de um tipo abandonar cargos francamente relevantes no Governo e imediatamente poder ocupar lugares de topo em empresas cujo objecto, o lugar que ocupava tutelavam. Ou poder aceitar convites de empresas privadas onde o ministério a seu cargo viabilizou negócios… e se não o ministério a seu cargo, outros ministérios seus pares, porque, como diz o povo: uma mão lava a outra e as duas lavam a cara. E no caso de assessores e jornalistas, estamos a falar de quem tem por vezes dificuldades grandes de reinserção social, porque não faz parte da rede de quem viabiliza negócios ou distrivbui emprego – vulgo ganhar favores. Falamos, sim, de quem aceitou, eventualmente, uma oportunidade de conhecer o outro lado e ficou com uma visão limpída sobre a obscuridade do meio. Mandatado ou não, julgo que as regras da promiscuidade deveriam ir muito mais longe.