segunda-feira, 25 de setembro de 2006

seringas e prisões

Antes de mais quero dizer que sou profundamente contra as trocas de seringas nas prisões. Sou profundamente contra que entre droga naquelas que deveriam ser as instituições mais seguras do país. sou profundamente contra mecanismos potenciados pelo governo através de actos legislativos que procurem soluções para "doenças" criadas pela sua negligência. Se as prisões fossem seguras, se os guardas fossem quer em número, quer em competência, suficientes não entraria droga para dentro das suas portas, pelo que esta questão não se colocaria.
Penso que se deve aceitar que as prisões não oferecem segurança.- embora o devesse fazer, mas nunca encontrar soluçõezitas para o problema gerado pela falta de segurança.
A questão de fundo que se deve abordar é a insegurança nesses estabelecimentos. Como inverte-la. Se se conseguir isso, não teremos polícias com medo de trocar seringas, com medo de ameaças de eventuais contaminados, ou com poderios e feudos estabilizados que a sociedade política e civil contínua a permitir. Antes a sociedade política, porque a sociedade civil gostará certamente de saber que dentro das grades só se pode o que é permitido, já que cá fora também é assim.

curta ausência

de novo nas lides, a fazer as vezes. Estas palavras são correntes e aplicam-se de uma forma diferente, dependendo de quem, como e onde as usa.
Nas lides, para mim é, somente, a minha rotina. Voltei às lides depois de curtissimas férias que souberam a pouco. Depois conto o que é tirar férias em Setembro, mas fica para novo post. Dou só "um cheirinho" : entre um algarve de reformados, bifas de largas proporções e seus maridos tatuados em grande parte do corpo, locais desdentados e meninas de permanente forrada a gel, e ainda alguns casais recém-papás, preferimos fugir para o Sul de Espanha, de viviendas...
Portantos, nas lides, faço as vezes. Fazer as vezes é fazer papel de. É ser qualquer coisa naquele momento. Numa discoteca, largar o namorado e ir para o pé das amigas, leva-nos a dada altura a dizer: Épá, tenho de ir fazer as vezes. Ir com o pai ao supermercado é também fazer as vezes... enfim, quem conhece o termo sabe bem o que é fazer as vezes. E cá estou eu, no fundo a fazer as vezes. Tenho muito para contar, mas amanhã, em encontrando tempo, direi tudo o que me abrasa a alma. Vou usar uma palavra que gosto: acicatar. E outra que me delicia quando usada como qualificativo: és uma pessoa ácida. E outra expressão, para terminar que aprecio bastante: és uma pessoa bonita... por dentro!

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

meninas da mamã

Nós somos os meninos da mamã. A nossa geração – que agora sinto que já posso dizer dos 30! - É a geração dos meninos da mamã.
Noutro tempo, tempo da minha mamã e do papá, saia-se de casa cedo. Mais cedo se saia no tempo do avô. Lembro-me de gozar com a minha mãe que o primeiro beijo com língua que deu ter sido ao meu pai, o que faz com que, pela normalidade da relação que suponho que tenha, nunca mais experimentou boca nenhuma. Pois bem, saiu de casa aos 23 e emancipou-se financeiramente a dar explicações a crianças quando ela ainda era, nos meus padrões, uma criança. Tinha 18 anos. Eu tenho 28, mais 10. Não sai de casa e francamente não me apetece. tornei-me temporariamente independente financeiramente aos 22. Minto. Continuo a viver cá em casa. Não me casei. Quando não estão, se chegam tarde, se não jantam, telefono preocupada. Quero com isto dizer com as várias bocas que beijei, camas onde dormi, viagens que fiz, dinheiro que ganhei, jantares fora, noites até de manhã, doenças, carros espatifados e outros não, mota, bicicleta, cartões de crédito, telemóveis, resorts, casas e casinhas, empregos, namorados, namorados, namorados e amigos e amigas, muitos conhecidos, agendas cheias, pouco tempo e muito colesterol, continuo a ser uma menina da mamã.Aviso se não durmo, dizem-me que tenho cartas da Finanças, telefonam-me para saber se janto, preocupam-se se estou triste e neles, pai e mãe, confio mais do que em qualquer outra pessoa. São a minha rede, como os pais deles eram quando tinham 18 anos. Não sei se é por serem os meus, mas vejo por todo o lado. Antigamente, um tipo de 30 anos, era um homem de 30 anos. Agora, um homem de 30 anos é um puto como eu. Assim concluo que, das duas uma, ou eu estou totalmente desfasada da realidade, ou a realidade é tão diferente que eu, com a idade começo a não ver bem....