segunda-feira, 5 de julho de 2004

Em 2º lugar!!

Já tinha algumas saudades de ir àquela casa, apesar da resistência a aceitar o convite do Gonçalo (no meu caso, TRI para os conhecidos)! A Susana insistiu quando equacionou a possibilidade de podermos continuar a desfrutar de sol durante mais um tempinho e arrastou-me. Cedi. Juntámos um grupinho que nos acompanharia fosse qual fosse o destino e às 19h30 estávamos a chegar a casa do Cafon - mistura real de D.Carlos com D.Afonso. Meia dúzia de «gajos» chutavam uma bola tentando –mediocremente – rivalizar com o pequeno Deco ou o atlético Cristiano Ronaldo. Procurámos o frigorífico para por a gelar cervejas e encaixámos no balcão da cozinha um caixote com batatas fritas, salsichas tipo Frankfurt e pão de cachorros, preparando-nos para o início da partida mais importante e para nós mais vivida de futebol.
Instalei-me confortavelmente num cadeirão junto ao «frigobar», do lado direito do televisor. A tónica era verde, encarnado e amarelo. Até as bochechas tinha pintadas.
O hino começou a ecoar e todos acompanhámos, de pé com um brilho nos olhos de esperança de uma vitória - salvo uma ou outra excepção que resistiu e enxovalhou-nos - Não ganharíamos nada, mas este partiotismo ocasional pode sempre ser prolongado, ganhando consistência e talvez até raízes. Com alguma expressividade e na tentativa de criar alguma envolvência e um espírito de grupo, àquele não-grupo, gritei «Portugal alé» e tanto insisti, acompanhada inevitavelmente pela parceira de goela, Suzete, que conseguimos por instantes côro.
Bebi três garrafas sorteadas de Super Bock, Brhama (?), Green, Pilsener, na primeira parte e cheguei a sentir o peso do álcool quando no intervalo fui parar à piscina num banho inesperado, mas saboroso. As calças justas, verdes, contrastantes com o encarnado forma para a máquina de secar...
Voltei à cadeira, enrolada num turco encarnado - a uniformidade cromática irritou-me, mas sem opção – mantive as cores da Selecção Nacional como se de uma superstição se tratasse - na segunda parte, agora com escassa esperança.
Já todos tínhamos uma quase certeza que não iríamos ganhar. Eu sabia que não ia ganhar nada. Não finalizamos (uma característica que partilho com a nossa selecção nacional) e portanto o mais provável seria assegurar um segundo lugar. Nem mais, esse já estava garantido e por aí ficámos com o «desgosto estampado no rosto». Ainda recebemos aquelas mensagens «tipo» de quem se tinha preparado para sair independentemente do resultado. Optei por voltar a casa, com a expressão do costume. Derrota previsível. Mas a culpa, desta vez, não é nossa, nem minha!

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