terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Doida por por...

Pôr o pé na água, salgar a carapinha de raízes pretas, sentir-me a ir ao fundo e voltar acima de boca aberta para respirar. Sentir o neoprene colado ao corpo, e o frio misturado com o sol de Inverno e as caímbras nos pés gelados e um galão quentinho no fim. Ter o telefone no silêncio, sem medo que toque, ir ao cinema, marcar jantares, ver, falar, conhecer, trabalhar, estar, rir, dicutir, embirrar, tudo... mesmo o que não se diz, mas pensa-se, com gente da minha idade. Desligar a televisão ás 20h, apagar a TSF das memórias do carro, tirar os saltos altos, pôr os blasers no armário, ir a Vila do Bispo - urgente! - almoçar no MacDonalds, programar férias, organizar viagens, pensar no que vou fazer no dia a seguir, ler... ler... ler... arrumar o quarto, arranjar novos inquilinos, pagar as contas, ir ao centro de saúde, fazer o maldito seguro, pôr o carro na revisão, lavá-lo, sair e dormir, dormir, dormir no dia a seguir...tirar o aparelho, assumir o negro do cabelo, tratar das borbulhas, por creme depois do banho, ir à Feira de Carcavelos, carregar o 96, dançar Kizomba, tanta coisa que está à espera de mim...só falto eu... só faltam... dias...

Guerreiro... menino...

Estou tramada. Em todos os sentidos, mas o pior é acordar. Todas as manhãs a mesma coisa, morena. Menino. Ecoa na minha cabeça e não sei o que fazer, guerreiro. O raio da música está lá, remanso. Não é o Psyco Killer, não é um Rolling Stones bem nostálgico ou uma balada pimba do momento. É triste. É outra coisa que até coro só de escrever, mas não tenho coragem de vos e me desapontar e não revelar. Feliz... Raio dos brasileiros. E agora o que é que faço. Será a barra do tempo? Tenho tomado asprinas, posto cd's vários no PC, ligo o rádio do carro a toda a hora para ver se isto passa, mas não há meio, no fundo do peito... Nem meio, nem principio, nem fim. Preciso de um descanso. Tenho medo que nunca mais esqueça. Se me castram os sonhos... Lembro-me de uma reportagem da TVI que mostrava pessoas que estão sempre a ouvir um ruído de fundo. Sem honra... morre-se, mata-se... Será que me está acontecer o mesmo? O que é que hei-de fazer? Aspirinas? Discotecas? Quinta vou ao Europa, Sexta ao Caso Bicudo, Sábado ao Garage. Ou talvez não. Preciso de um remanso? O silêncio. Palavras amenas... Fiz o mesmo, ou quase na semana passada, mas o acordar é sempre mesmo...preciso de carinho? sou forte? sou frágil... no fundo do peito... assim...«não dá pra ser feliz», não dá pra seeeer.... feliz....
para quem quiser partilhar.... está no link

Safas-te?? Ou é só...

Arrumar as coisas. É o que neste momento me resta. Arrumar as coisas e pensar no futuro! Agora falam em travessia do deserto, em aguentar o mais difícil, em... enfim... Na verdade o que eles querem é que não desapareça, porque conhecem a força, a garra e a capacidade. Só não foram lá… andaram a "dormir na formatura"...
Novo CICLOComeço um novo ciclo - não, não pensei que estava grávida ! - mas depois de quatro anos está na altura de mudar. Ainda não pensei bem em tudo, mas a perspectiva do estrangeiro, seja o Burkina Fasso (e não sei se é assim que se escreve) ou NY é aliciante. Estou por tudo, ou quase tudo. É a minha travessia do deserto. Está quase a começar. Desenganem-se aqueles que pensam que isto é só facilidades. Não é. É tipo gado, todos sabem quem somos e não nos aceitam. Não mesmo. E também não me apetece estar a “aguar o lobo”, perto da boca. Era demais, sendo certo que, no fundo, no fundo sinto que estou tramada.... Mas enfim. A marca está lá, agora é o vê se te safas… Faz-me lembrar as festas de fim de período no liceu de Oeiras, era o «vê se te avias» ou o «safas-te?». Mais tarde fizeram um grafitti que dizia: «Safas-te? Ou é só beijinhos?»
Voltando ao tema: sorte não ter subido demais. A queda seria dolorosa.... Estou safa… beijinhos!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

Rouca

Sim, tenho nódulos nas cordas vocais. Não se trata de suma voz sexy, são mesmo nódulos. Acompanham-me há muitos anos, desde que me lembro de falar.
É o que eu e a Celeste Russa temos em comum, voz rouca. Eventualmente teremos outras coisas, mas não consigo lembrar-me de quais…Talvez porque puxei de mais pelas cordas e enfim… cala-te boca. É melhor não dizer mais nada. Se eu dissesse tudo o que sei… coisas…

palmas, palminhas

Já está! Lá acabamos e um grande abraço a todos os que lá estiveram e aos outros que não estiveram também, porque não sou egoísta! Nesta história, para mim inédita, da volta do líder há coisas para recordar. Muitas coisas. Não sei se vou conseguir pô-las todas aqui, mas par já há uma que não resisto. O momento do comício em que se ataca o líder da oposição – uma confusão. Uns assobiam, uivam, gritam e chutam “petit noms” tipo: malandro, malvado, pulha. O que francamente me irrita são as palmas à mistura, desta vez para o discursante. Cria-se uma situação dúbia entre o assobio e a palma, entre a euforia e a raiva. E o próprio líder fica baralhado. Deviam haver regras, ou então tipo “Tal Canal” onde uma coelhinha, com um cartaz nas mãos, forradas a luvas brancas até ao cotovelo apelava ao público: Risos! Palmas! ou Assobios! Qualquer indicação, para não ficar na dúvida.
By the way, lembrava-me agora que naqueles programas que me pagavam, enquanto adolescente, para bater palmas, havia sempre um brasileiro, bem pago para puxar pelo público. Valia a pena, nos comícios!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

Sobre 24 horas

24 horas sobre 24 horas. Não há chichis, nem cócós, nem pais, nem irmãs, nem livros, nem computador, nem amigos, nem saídas, nem textos, nem viagens, nem férias, nem jornais, nem compras, nem médicos, nem nada. 24 horas sobre 24 horas e mais nada. Nao há gajos, nem companhias, nem companheiros, nem nada. É sempre igual, 24 horas sobre 24 horas. Que o país saiba, que todos saibam, que fixem, que vejam... 24 horas, sobre 24 horas, para ELE. Devota, entregou-se ao senhor!
Faz sentido, neste dia, santo dia que se saiba.
Na verdade não é fácil estar e não estar. Agora olha… levas com a primeira página de um “jornal de referência” – independentemente da referência de for – e “qui vai diste”… Palhaçada sem limites!
A culpa é vossa, poêm-se a jeito… . Mentira! Fugimos a olhos vistos e enterramo-nos nas cadeiras, na expectativa de só nos verem os olhinhos… sim sim! Valeu de imenso! Bom, agora muito a sério: Um dia para mais tarde NÃO recordar. Se tivesse dinheiro tinha comprado a edição toda, mas como não tenho limito-me a não disfarçar descontentamento que me cola o estômago às costas. Estarão os senhores Joaquins desta vida a dizer: Ai sim??? E eu a olhar para o chão. Pateta e Alegre. Sim, sempre alegre!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

Uma na ... ferradura

Como já é tarde não me posso esticar nas palavras. Tanta coisa para dizer desde a última vez!!! Tanta gente nova, tanta velha…. Tanto país, tanto kilómetro, tanta bandeira, tanto grito, tanta verdade… está tipo cão…a ficar raivoso. Gosto de o ver assim. O nosso não. Está a ficar calmo e até já o vejo a sorrir, a franzir as rugas que insiste em não assumir, que despontam à volta dos olhos. Como costumamos dizer: Em grande forma.
Estou com uma dúvida: o velho lobo quer voltar e por isso dá agora uma na ferradura? E o cravo? Primeiro vem o cravo, senhores!!!!!!
(mas confesso que nunca percebi bem o porquê de "cravo" e "ferradura". Porque não: dar uma na mão outra no pé, ou uma na sala e outra na cozinha, ou uma na foiça e outra no cajado???
Alguém me explica???? POR FAVOR