Brincar às casinhas
É uma paranóia como outra qualquer, mas sempre adorei brincar às casinhas. outros preferiam brincar aos médicos com as as amiguinhas e as pilinhas e os estetoscópios. Eu preferia brincar às casinhas.
Tinhamos um armário de prateleiras que um qualquer carpinteiro alcobacense inspirando num futuro o Sr. Ikea, onde cada rectângulo era como uma divisão da casa. Quartos mobilados com caminhas de madeira, almofadas feitas à mão, bonequinhos miniatura importados de Ayamonte e mesinhas de madeira com serviços de plástico e loiça. Tudo em inho, porque era "pequenininho".
Eu era dona de uma batedeira, mas a Rita teve direito a um frigorífico - diga-se "topo de gama" - com luz e tudo - e de uma máquina de lavar a roupa. A Joana tinha uma boneca com um disco incorporado nas costas e um outro subesselente - escreve-se assim???. A mesma boneca, chamada Mocosete (marca espanhola lida por criancinhas de 3, 4 e 6 anos) tinha uma particularidade, fazia chichi quando se apertava uma perna. Foi didáctica. Já na altura detestávamos mudar a "roupa da cama" desnecessariamente, e limpar nódoas amareladas provocadas por sumo.
Deve ter sido de então que ganhamos "o bichinho" - e como detesto a expressão "o bichinho"!?!!! meu caro Zé Carlos Ari dos Santos que faz cá tanta falta- esta coisa maluca, não dji fazê chichi, mas de inventar casinhas para mobilar e pôr cortinados e reabilitar e reconstruir e imaginar e redecorar e enfim, tentar com o mínimo custo proporcionar o maior conforto estético.
Este fim-de-semana foi em Sagres. Bem, quase Sagres. Os calos na palma da mão são a prova. Mãe, pai e filha. Tudo de rabo para o ar a tentar transformar 20m2 de um palheirito numa cottage freak, chique e hip (hippie). Não conseguimos. A auto-didácia do homem das obras cortou-nos as vazas (e continuo sem perceber os que são as vazas), com um azulejo a cobrir a quase totalidade de um vão de escadas que se pretendia rústico. Enfim, foi o que se conseguiu. Faltam as cortinas da casa de banho, de um poliban de 60cm/60cm e que permite um banho de lado. Falta a mesa da cozinha que cederei ao Sr.IKEA, que se tenha em saúde e se conserve, e um pequeno armário para pratos e copos. Faltam as escadas que já estão encomendadas e o varaõzito para ajudar a subir. A televisão, imprescindível. E clientela. Se possível que não seja só apertar uma perna e comece a fazer chichi. E que não suje a "roupinha de cama". E não pregue aleatoriamente pregos nas paredes por forma a espetarem-se num bracinho que distraído por lá roce.
Clientela e nós, os do costume.
2 comentários:
óh! minha querida amiga,
acho que fiz isto tudo mal e enviei-te um email.... sou mm tontinha, mas acho que tens lá o meu comentário hihihih
beijocas
carla
mana ando a visitar o teu blog e nada, escreve que adoro ler!!! muitos muitos beijinhos
e sodade sodade joana
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