quinta-feira, 26 de abril de 2007

Dia da Liberdade

Ontem comemorou-se me Portugal o dia da liberdade (nacional), o 25 de Abril.
Eu sou de outra geração, a geração pós 25 de abril, também já chamada de geração rasca. Esta geração, que os nossos pais, tios que lutaram pela liberdade numa altura em que se sentiam que ela faltava está também cativa de ter nascido pós 25 de Abril. É a geração que na realidade não lutou para conseguir a liberdade de expressão, pela democracia, pelo sufrágio universal, pela igualdade de direitos, nomeadamente no acesso à educação, saúde, e mesmo acesso às instituições - políticas por exemplo. Mas o facto de termos nascido e 70 e tais ou 80 (entas) impede-nos de ter esse mesmo ónus, ou seja, somos menos, temos de provar mais para mostrar que valemos tanto quanto aqueles que lutaram.
O que hoje sinto é que o poder político está entregue a muitos analfabetos que ergueram bandeiras sem saber, ao certo o significado delas. Que estiveram nas RGA, nos MRPP. Que - quiçá por preguiça - se recusaram a fazer parte da mocidade portuguesa. Que colaram cartazes e isso foi decisivo para lugares partidários e políticos que, por via da liberdade, se mantiveram eternizados no tempo. Os nossos libertadores hoje estão agarrados àquilo que foi uma conquista importante no passado e no futuro daquele tempo, mas aquilo a que apregoaram em voz alta, hoje perdeu-se nos corredores das câmaras municipais, nas juntas de freguesia, nos passos perdidos, nas galerias do parlamento.
Hoje ter acesso à política, entrar num partido é possível com um empurrão das pessoas certas. Ser nomeado para um qualquer lugar depende quase exclusivamente da umbrella partidária ou económica - veja-se o caso Morais. Não basta ser bom, e isso é o défice democrático que eles não conseguiram, ou melhor... nos impuseram...

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