quarta-feira, 2 de março de 2005

Crédito mal parado...

Esta noite dormi mal. Não só pelo défice de horas, no caso, minutos, como pelas preocupações. Tem sido assim nos últimos 23 anos, desde que começei a ter consciência do boletim de vacinas. Tudo começou quando pela primeira precisei do tal documento e não encontrei. Dai foi um passo para perder, entre os meus papéis e carteiras recicladas da minha mãe o primeiro BI, fazer um novo e dali a 3 meses reencontrar o antigo. Seguiu-se o cartão da escola, o cartão para estacionar a mota – que me obrigava a voltar a casa e chegar atrasada às aulas – o cartão do centro de saúde que acordava durante a noite, em sobressalto, para o procurar. A carta do IVA, o IRS fora do prazo, as dívidas à Segurança Social, as taxas de esgotos – cuja notificação desconheço o paradeiro –, o passaporte, o novo BI caducado, até ao cúmulo de fazer uma escritura e não ter o dinheiro disponível na conta porque... enfim fiz a transferência tarde demais.
Assalta-me uma dor de estômago pensar nas facturas do IRS de 2004, que devo ter perdido e com elas um retorno de 200 contos, ou as credenciais ultrapassadas para exames obrigatórios que não vou fazer e me levaram um dia de espera no centro de saúde para conseguir. A conta poupança habitação que devia ser mexida, mas que adio insistentemente, a transferência de telemóvel a debitar em conta alheia, a justificação médica para cancelar a inscrição do Colmes Place que me obrigou a pagar um ano de aulas e frequentado 5 horas delas, a bainha das calças que comprei nos saldos da Mango há dois anos atrás e continuam com a etiqueta pendurada, no saco original, as meias solas nas botas que acumulo no armário, inutilizadas dois meses depois de compradas, o código do rádio do carro que é só pedir na Renault, mas que não me apetece, cartão da universidade que só me exige uma fotografia e me oferece descontos nus cinemas em dias normais e museus no estrangeiro e que ainda assim, não vou entregar, os multibancos inválidos, colados a baterias de telemóveis, cujo código esqueci, tal como deles algures perdidos entre recibos de portagens atafulhados na minha mala... minha mala, vulgo espelho da minha alma, do meu quarto, da minha vida... uma enorme desarrumação, onde sei perfeitamente o que preciso de tratar, mas...não sou metódica! Que chatice!!!!

1 comentário:

Tiago disse...

Como se a nossa vida pudesse existir noutro corpo, noutro lado. Não fui eu que escrevi, mas poderia ter sido. [até o rádio do meu renault precisa do código]