terça-feira, 14 de dezembro de 2004

É hoje, É hoje!

Logo às 20h30 num hotel em Lisboa. Parece um convite algo suspeito, mas não é! Francamente vem-me à memória uma frase que o povo - como eu - diz: Tanta merda para um cagalhão. Que, também é como quem diz: A montanha pariu um rato! Não sou fã de provérbios mas é o que me invade a imaginação quando passo tantas horas a ouvir falar do mesmo. Ou vão juntos ou não vão. E então? Isso muda muito? Não muda nada! Quem os queria juntos, vai continuar a querer, quem os queria separados vai continuar a querer. Quem nem sequer os queria, também não tem nada com essa decisão. Mas as rádios e as televisões insistem em perder tempo de antena a abordar a questão, recorrente e maçadora cada vez que surge, sob forma de suspeita ou mera especulação, de meia em meia hora. Tempo esse, que seria tão útil a explicar as pedras basilares da diferença de esquerda e direita ao seu público. Parece-me muito normal que em duas semanas, depois de anunciada a dissolução – que nos apanhou a todos e insisto, a TODOS DESPREVENIDOS – que os partidos, sejam eles de que ala forem, precisem de tempo para pensar se seguem juntos ou coligados. Quem tem uma consciência cívica definida vai votar em quem ia antes. Ou não. Mas é um acto solitário, em consciência. Eu sei, perfeitamente em quem vou votar, mas... sou suspeita!
A verdade é que isso também não interessa à maioria das pessoas. Pode irrita-las a falta de respostas, porque a Comunicação Social obriga-as a exigirem essas respostas, mas o que lhes interessa mesmo é saber é o resultado das eleições. Quem é que vai ser o «espelho» delas, porque é isso que é o Primeiro-Ministro, o espelho do centro, da maioria, dos portugueses – em sentido lato! Bom, mas voltando à montanha, ao rato e ao cagalhão, porque o tema anterior não interessa nada a quem perde tempo a ler estas páginas e a mim própria na próxima semana, que já vou ter outro assunto para me entreter. Podia acabar assim, o Rato subiu à montanha, com a barriga inchada, convencido que era gravidez. Ia parir pela primeira vez. Toda a comunidade "ratistica" festejava o ansiado nascimento do pequeno rebento, pequenino, indefeso, no cume. O Rato, que neste caso era uma Rata – óbvio, é por ai que saem os bebés... dahhhh – fez força. Insistiu. Ficou com a cara encarnada, mas a barriga não descia. Estava dura.... De repente sai um bocadinho de sangue. Pensou que era a nova cria a querer sair para o mundo. A Rata estava eufórica. Aquelas gotinhas no chão. Insistiu mais um pouco, e as veias do pescoço acusavam esforço, inchadas, a saltar. No limite das suas forças conseguiu. Mas algo de estranho. Uma amálgama castanha tomava forma no chão. Era um Cagalhão. Do cume da montanha, a última coisa que se ouviu foi «Merda!»

1 comentário:

Fast disse...

Ola...Quero aqui dizer que agrada me muito este teu espaço. Este post está fantástico, e é uma prova de que com os assuntos sérios podem ser tratados de forma divertida. Interessa sobretudo pelo "inside story" que transmites. Os meandros da política, e as suas intrigas dava para um blog inteiro...ou mesmo um livro. Quem sabe...
Conclusão: O rato pariu um cagalhao!!
PS- Ando a reler a segunda parte do texto para ver se percebo todas as indirectas, da montanho, do rato e do cagalhão.
Beijinhos