sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

ainda aborto

Como cidadã sem vínculo político queria colocar algumas questões que em consciências, a mim e a uma conjunto alargado de pessoas com as quais privo, nos fazem tender o voto para o sim:
Não será ignorar as mulheres que são pontapeadas na barriga, ou empurradas de escadas para realizarem abortos "espontâneos" em aldeias recônditas no interior do país?

Não será ignorar a evidência que se existe o aborto clandestino, este continuará a existir e as piores "casas" que o realizam continuarão a faze-lo sem serem responsabilizadas quando este não corre bem? quando há complicações posteirores?

Não será a realização do aborto uma mal inevitável que presistirá, legalizado ou não, como a prostituição, a venda de produtos ilícitos, etc etc.

Acreditam que os movimentos que se têm revelado pelo Não não continuarão a ter um papel, cada vez maior, sendo aprovada a lei, de dissuadir as mulheres a realizarem o aborto, e só em último caso terem de optar por esse caminho?

Não será uma hipocrisia o que aconteceu até agora a quem realiza aborto - uma mulher que tem dinheiro pode assegurar faze-lo com todas as condições e uma que não têm arrisca-se a faze-lo sem segurança e sem responsabilizar os intervenientes?

Não seremos nós a tentar impor uma política de natalidade quando nós não somos o legislador nem o estado e vivemos num país com os piores salários da europa, a gasolina mias cara da europa, as casas mais caras da europa, a qualidade de vida pior da europa, a produtividade pior da europa, o crescimento pior da europa?

Não serão muitos dos mandatários do sim, pessoas desligadas da realidade do interior do país, onde há quem morra porque provocou "desmanchos", porque tem de trabalhar no campo para sobreviver. Porque não estudou porque a escola ficava a 30 km de casa. Porque a cultura não chega lá. Porque não têm nomes sonantes nem berços vibrantes. Porque lhes faltam dentes e mal sabem escrever. Porque não percebem uma palavra de inglês. Porque há vergonhas de comprar preservativos. Porque se tem optar entre os preservativos e a carne.

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