DESPENALIZAÇÃO
Permito-me aqui dizer que sou absolutamente favorável à despenalização do aborto que agora está em causa.
Entendo todos os argumentos do Não e dos movimentos que lhe dão voz e, se há coisa que mais me transtorna, me incomoda e me deixa triste, é imaginar o que deve ser fazer um aborto. Abortar uma gravidez deve constituir para a mulher uma das maiores dores na alma. Uma espécie de auto-flagelação voluntária, que marca e marcará para sempre.
É por essa razão, e por acreditar na tese de Rousseau, que não tenho dúvidas que, mais ou menos conscientes, qualquer mulher é contra a realização de um aborto. É por essa razão que acredito nos Movimentos que existem, e cada vez mais devem existir, para dissuadir as mulheres a realizarem-no. A apoiarem a sua opção de manter a gravidez, por muito indesejada que seja. É por essa razão que acho que manter a gravidez deva ser a primeira opção.
Entendo todos os argumentos do Não e dos movimentos que lhe dão voz e, se há coisa que mais me transtorna, me incomoda e me deixa triste, é imaginar o que deve ser fazer um aborto. Abortar uma gravidez deve constituir para a mulher uma das maiores dores na alma. Uma espécie de auto-flagelação voluntária, que marca e marcará para sempre.
É por essa razão, e por acreditar na tese de Rousseau, que não tenho dúvidas que, mais ou menos conscientes, qualquer mulher é contra a realização de um aborto. É por essa razão que acredito nos Movimentos que existem, e cada vez mais devem existir, para dissuadir as mulheres a realizarem-no. A apoiarem a sua opção de manter a gravidez, por muito indesejada que seja. É por essa razão que acho que manter a gravidez deva ser a primeira opção.
Mas existem outras que não estão legalizadas.
1. Existe outra, que é o aborto. Numa cave escura, com uma parteira mal preparada que não se responsabiliza se o acto correr mal, porque perante a lei, ela não existe e porque denunciada, o crime seria partilhado.
2. Existe mais uma, que vai continuar a existir e fica a 200 Km de Lisboa e só lá chega quem pode.
Penso que a despenalização trará várias vantagens e não será mais do que mais uma opção: "se eu fizer aquilo que hoje já posso fazer, então posso faze-lo nas condições em que devo fazer. Se não correr bem, não tenho de me trancar em casa e esconder-me no meu silêncio envergonhado – que será sempre – dos médicos e dos hospitais. Vou poder denunciar e responsabilizar quem não está devidamente credenciado para o fazer. Posso evitar os pontapés na barriga que o meu companheiro me vai dar para ter um “desmancho” ou posso evitar a queda de dois vãos de escada abaixo, com o apoio e o acompanhamento devido. E quem sabe, se despenalizando, essas associações que a maioria de nós não sabia que existiam, não estarão mais próximas e me darão uma outra alternativa quando eu já não acredito ter mais nenhuma senão uma cave escura, um pontapé, umas escadas ou uma intoxicação por comprimidos que me poderão matar."
Penso que a despenalização trará várias vantagens e não será mais do que mais uma opção: "se eu fizer aquilo que hoje já posso fazer, então posso faze-lo nas condições em que devo fazer. Se não correr bem, não tenho de me trancar em casa e esconder-me no meu silêncio envergonhado – que será sempre – dos médicos e dos hospitais. Vou poder denunciar e responsabilizar quem não está devidamente credenciado para o fazer. Posso evitar os pontapés na barriga que o meu companheiro me vai dar para ter um “desmancho” ou posso evitar a queda de dois vãos de escada abaixo, com o apoio e o acompanhamento devido. E quem sabe, se despenalizando, essas associações que a maioria de nós não sabia que existiam, não estarão mais próximas e me darão uma outra alternativa quando eu já não acredito ter mais nenhuma senão uma cave escura, um pontapé, umas escadas ou uma intoxicação por comprimidos que me poderão matar."
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