sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Oh Maria Filipa Matos...

O meu cabeleireiro é maravilhoso. E lê este blog, por isso aqui vai, pela primeira vez a minha profunda homenagem a esse homem que por uma quantia não avultada - que não é - consegue domar estes fios implicativos e absolutamente indisciplinados de "mon cheveux". O meu cabeleireiro não finesse. Não é um vampiro das revistas de social. Não é cabeleireiro de vedetas muitissimo públicas. Também o é de algumas menos públicas e aparecem em escassas páginas de revista. Houve os meus disparates em manhãs de sono e fins de tarde de chuva, geralmente instigado a pressas e ri-se. Conta-me episódios da sua vida e eu da minha, e dou-lhe raspanetes ou dicas, fazendo jus à minha faceta de life coacher. E ele envia-me filmes para o HI5 das minhas musas, que também são as deles. O meu cabeleireiro tem ciumes das clientes que figem para mãos alheias. Não pelas clientes mas pela fidelidade que guarda com os cabelos. Com ele aprendi a perceber muitas coisas que nunca teria oportunidade de perceber porque fala comigo sem preconceito. E é um miúdo, que, nestas coisas parece uma adolescente. É o máximo o meu cabeleireiro! E diz, meio a rir, "Oh Maria Filipa Matos"...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

amigas, amigos e desconhecidos

Estava pensar em coisas boas, sítio giros, oportunidades etc etc. então lembrei-me de partilhar algumas. Cá vão os links para quem tiver paciência.
Kameraphoto
Spoil
Tiago
Myplace
Atmosphere
Lifecooler
Via Michelin
Fly London
Design Cork
Rumbo

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

estou irritantemente chata

Só escrevo posts de seca, estou chata e devia ir parar a um chanatário. É que eu própria não me aguento a mim mesma, sempre a mandar bitaites, que é como quem diz a arrotar postas de pescada (que expressão tão feia que me lembra outra ainda pior "a bater com os cornos na parede", antes os crómios). Estou sem graça, sem inspiração e rio-me disso, patética... devia ter vergonha de mim, mas para isso já existem os meus pais e as minhas irmãs... devia dar "o corpo ao manifesto". Devia dar com as "trombas no chão". Devia ir "catar macacos", ou "dar com a língua nos dentes" até fazer sangue, que é "para não ser parva". E devia "cagar de alto" (e de repuxo, acrescenta uma amiga minha e de outras tantas). Talvez pudesse fazer "ouvidos moucos" e "ter papas na língua", mas não tenho fome, nem sou apreciadora. Devia "estar no meu lugar", que é, por acaso onde estou porque até tenho a cadeira quentinha. E talvez então pudesse "aprender a ser feliz" - odeio a música, mas decorei este excerto... EU NÃO PRESTO, REALMENTE!!!

O que eles gostam de saber

A verdade é que o cavalheiro continua a ser o preferido entre nós. Podem dizer o que quiserem, que preferimos um homem rude de mãos ásperas qual esfoliadoras de costas, de um peito rijo e uma barriga aos quadradinhos. Um ramo de rosas, a porta do carro aberta e a conta do jantar conseguem certamente maiores prodígios do que tais atributos físicos.
É claro que só isso não chega. É preciso um bom íntimo. É precisa uma boa gargalhada e sobretudo que mostre interesse nas nossas coisas. É preciso uma prova física de masculinidade que pode ser um aperto contra ele numa parede, ou uma tentativa de ir mais longe mesmo quando ele pensa que “está na hora de ser respeitador”. Mas “senhor respeitador”, não exagere, senão vamos achar que é um fraco, e quiçá frouxo! Homem que é homem tenta. E mulher que se preze rejeita à primeira, nem que tenha de ser falsa (manda a regra que “assegura o direito à relação com futuro”). Sou absolutamente defensora da tentativa. Tentai rapazes deste portugalzinho, sem medo. O máximo que pode acontecer é elas cederem, o mínimo é uma ferida no orgulho que se cura com emplastros de cervejas com amigos e algum silêncio sobre o assunto, ou mesmo desdém. Agora quem não tenta, quem não arrisca, quem não escreve o numero de telefone num papel, quem não pisca o olho, quem não faz uma pergunta, quem não se atira, mesmo sabendo que pode bater no fundo da piscina, também não tem o prazer de tomar banho nela. Enfim, sempre a teorizar, eu devia ter nascido noutro século, com outra côr e com outro sexo… poderia ter sido discípula de Aristóteles… ou até de Sócrates… mas ai, teria um sotaque da beira… antes de Lisboa!

new job for the girls

"claro, claro...
carreira, carreira, carreira, ambição, ..oportunidade, mais valia, sim, quero ir, vou, sim, pois claro, conheço a realidade, estou preparada.............."
"gosto muito do que faço, mas agora está na altura de dar o salto, tá a ver... progredir... pois, claro... eu percebo..."
"e progredir e progredir e progredir..."
"atão não?!? Com certeza!... 1000 euros, ah... pois... bem estava... não sei! Claro! Negociamos e logo falamos"
"pois pois, uma oportunidade. Uma mais valia. Acrescer valor. Parceiros, claro, não são clientes... eiros, pois parceiros..."
"quando quiser, imediatamente se quiserem... gostava imenso... pois, é exactamente a minha área".
"Sempre sonhei com isso. Sempre quis ser essa bran consulting maneger" ah, pois, consultora ... é isso"
"tenho imenso jeito... sim, desde a faculdade que trabalho... pois, comecei... ja na altura... enfim... claro"
"formação, formação, deformação" (ups)
Claro, sem pressas, fico então à espera, obrigada....

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Peitorais maiores que as mães...

Até determinada idade as meninas olham para o rapaz com os olhos mais bonitos, ou os óculos mais estranhos ou qualquer outra coisa que as faça apaixonar. A partir dos 30, começamos a ser mais exigentes com o interior – não falo dos rins, nem dos pulmões, mas da alma – e menos com o exterior. “Um gajo que me faça rir e que não me chateie” é a condição mais frequente.
È também nesta idade que nos aparecem as mais diferentes surpresas. Refiro-me, por exemplo, à malta do ginásio, onde muitas solteiras se distraem fora das máquinas.
Confesso que nunca me entusiasmaram muito corpos untados, suados, e depilados. Acho até que os homens com maminhas maiores que as das suas mães podem ser traumatizantes. Encostarmo-nos as peitorais maiores do que os nossos, oferecidos por horas de ginásio e pesos superiores ao meu, pode até provocar lesões nas nossas maminhas femininas. Um peito depilado pode complexar-nos, tão só pelo facto de sermos mamíferas, e o nosso corpo estar, naturalmente, coberto de uma pelugem ainda que suave…
E este natal que ofereci anti-rugas e hidratantes faciais ao pai, ao tio e ao avô? Acho que já não sei nada…

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Taberna 2780

Sou fã da taberna e já chorei a rir naqueles bancos corridos pesticando aqui e ali iguarias por mim nunca antes experimentadas.
Há dias escrevi sobre mudar de vida e cometi uma gafe que algumas pessoas têm vindo a assinalar (não vou dar nomes só posso dizer que os manos morenos de Santo Amaro, que começam por Plan e acabam em er deixaram-me quase de rastos com tanta correcção). Assim, faço aqui o mea culpa e explico:
Na Taberna 2780 o cozinheiro Barros não largou a engenheria agronómica para se dedicar à delicada engenharia dos sabores e dos tachos. Minto, portanto. Barros, esse ilustre taberneiro, largou sim Engenharia do Território. Barros não tem qualquer ligação ao alimento antes de se inciar no mundo da culinária. Barros não andou no ISA ou em Évora a estudar legumes ou animaizinhos e a testar sabores e texturas. Não se pense que ela já tinha um plano delineado. Barros, hoje chef, estudou o território. Foi ele quem estudou o território e deu uma reviravolta radical deixando essa arte de "pensar cidades", "pensar vilas", "pensar aldeias", e passou a pensar na nossa fominha... ou gula, ou vontade.... Barros está, portanto, de parabéns pelo papel desempenhado e que ainda falta desempenhar em função da pequisa gastronómica e na denúncia pública de novas combinações de sabores.

E eu também estarei de parabéns no dia 21 de agosto!

Poema de Álvaro (não de Matos, mas de Campos), o que embora possa parecer familiar não é (cf. rodapé do post)

Frescura
Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros,
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que'eu saberia que não vinha.
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
E tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
Deliberadamente à mesma hora...
Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
Até não consigo acender o cigarro seguinte... Se é um gesto,
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.
Nota1:
mato s. m., terreno inculto, coberto de plantas agrestes; brenha; charneca; conjunto de pequenas plantas agrestes;
campo s. m., extensão de terreno mais ou menos plano, ordinariamente cultivável e pouco arborizado; planície; terreno dentro de povoado; região mais ou menos afastada dos grandes centros onde os habitantes se dedicam à agricultura e à criação de gado; lugar de combate ou destinado a jogos; estádio; área, espaço mais ou menos plano;

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Delidelux

E por falar em Luxos, esta é uma sugestão imperdível. Num domingo chuvoso, em que nos arrastamos da cama com muita dificuldade e hesitamos em ver “Betty a Feia” na SIC, só pelo prazer de não sair de casa, vale a pena calçar umas galochas e arriscar trocar a humidade do ar por volume no cabelo. Mesmo ali ao lado do Lux existe um brunch, muito trendy ( e aqui ambas as palavras fazem sentido juntas). Um brunch, é uma mistura de pequeno almoço e almoço. Junta a leveza dos cereais, do youghurt, do leite com café, e das torradas, com o colesterol de ovos mexidos e cogumelos, chá, sumos de frutas, frutas, tartes e tortas, bolos e até saladas. Tradicionalmente o brunch acontecia ao domingo e era servido à mesa com a família (americana) reunida.
Cá temos disponível em vários locais, escondidos na maioria, mas cada vez mais procurados. O Deli delux tem a originalidade de podermos juntar aos menus pré-concebidos tudo aquilo que nos apetecer e que está disponível na loja. Bolachas gourmet, um fresco vinho francês (a que se acrescenta a taxa de rolha de 5 euros ao preço da garrafa), azeitonas, carnes frias, queijos e tostas.
Mais do que satisfazer, entretém, é bonito e sabe muitíssimo bem, para além de que ali pode-se ainda consultar inúmeras revistas internacionais. Uma Deli Cia…

Luxos

O significado da palavra Luxo no dicionário da Língua Portuguesa aparece como ostentação ou magnificência, ornamento, decoração faustosa, viço, vigor, esplendor, capricho e extravagância. Dependendo do sujeito o luxo toma a sua forma. Luxo pode ser um vinho branco fresco e um morango banhado a chocolate. Luxo pode ser um plasma Samsung de cantos recortados, numa parede com pé direito de 3,40m. Luxo pode ser um charuto num restaurante non smoker, luxo pode também ser um pôr-do-sol na Quinta das Lágrimas. Pode tomar a forma de jóia, e até de bijuteria. Pode ser fome ou pode ser gula. Pode ser festa e pode ser natureza. Luxo é tudo isto. E tudo isto é um luxo.

Coisas curiosas. Ontem à noite estive a ver o filme “Antes que Anoiteça” com Javier Bardem a interpretar com um fulgor quase inigualável o papel de Reinaldo Arenas. Não conhecia este escritor cubano. Hoje acordo com a notícia que Castro renuncia o poder em Cuba.
Estive me Cuba como tantos finalistas de curso, em 2001. Na altura pensávamos que podíamos saber mais do que os outros, não fossemos alunos de Comunicação Social. Que entravamos nas casas deles (cubanos) para fazer tranças, para jantar e iríamos arrancar lágrimas e lamentos provocados por anos a fio, no silêncio de um regime obsoleto. Quem sabe confissões surdinas. Fiquei com a nítida sensação que esperavam alguma coisa.
Pacientemente esperavam uma revolução silenciosa que os tirasse de uma miséria imposta pelo bloqueio, uma desigualdade intelectual, eventualmente por eles mantida. Fui perguntando a quem foi depois de mim como estava Havana.
Li, este verão um artigo sobre como Varadero se transformou numa colónia balnear para senhoras de meia-idade, que vão lá buscar o sol, a música, na maioria indiferentes à razão de ser das coisas. Acho que isto é inevitavelmente o começo de qualquer coisa.
O filme, por outro lado para além de me deixar a pensar, clarificou-me ideias confusas sobre o regime. A opressão, a perseguição. Que nostalgia.

E nós, em regimes tudo-incluído, a beber Mojitos e esticados em espreguiçadeiras a ver tudo à nossa frente...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

coisas que me excitam...


o homem do banif. O Homem do banif, não é um homem é quse um homem objecto ou abjecto. Aquela transformação de tosca chega a ser divertida. Ele abana a cabecinha com um cabelo "brusheurizado" e provavelmente "enlacado" para não se desfazer, e aquele corpo másculo ganha um rabo (de cavalo) e patas, quatro patas. Passa de homem a homem cavalo, com dois bracinhos muito tesos, qual halterofilista "a dar a dar"... Acho que de mau é maravilhoso... e por isso tentei encontrar a inspiração... fui bebê-la aquele simbolo que todos nõs conhecemos, mas com um ligeiro corte...digam se não é de sonho!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

mudar de vida

Entre Licenciaturas de 5 anos, Pós Graduações, Cursos de Especialização, Seminários, Conferências, mais um Mestrado, mais outra Pós Graduação, o Page, Cursos de Verão , passamos anos e anos agarrados aos livros à espera de qualquer coisa. Sorte não ter procurado um PhD, senão ainda mais uns quantos anos a decifrar Times New Roman 8.
O esforço tem como fim último um empregão, um mega Job para fazer inveja ao António Mexia ou ao Paulo Azevedo. A verdade é que depois de tanto esforço, nem sempre ligam alguma coisa a estas quatro ou cinco linhas do Curriculum. Mais, nem sempre nos interessa o tal mega Job. A Taberna 2780, em Santo Amaro de Oeiras é exemplo vivo disso. O meu amigo Tiago é outro. A minha colega Helga Sanches igual. E tantos outros. Na taberna há um ex-engenheiro Agrónomo a cozinhar, um ex-economista a divulgar e a servir, juntou-se à equipa um ex-gestor, também agarrado aos tachos. O Tiago, amigo deles (terá sido coincidência ou pega-se) trocou o balcão de um banco pela objectiva de uma máquina fotográfica. A Helga largou os jornais e foi para uma cozinha londrina. Li, há tempos, que a Sara Moniz, que chegou a morangar na TVI estava grávida do seu professor de um curso de cabeleireiro, um japonês radicado em Londres. Professor de cabeleireiro… professor de cabeleireiro… isto realmente ficou na minha cabeça. Curso de cabeleireiro em Londres.
Não há mestrado em marketing que pague semelhante coisa. Que dê semelhante alegria. Produzir um serviço e ver imediatamente o retorno do nosso empenho. Matrializa-lo em resultados financeiros, em relações de fidelidade… há lá coisa melhor do que pregar um botão, fazer uma bainha, fazer um souflê, pôr rolos e desfazer os caracóis, maquilhar, massajar, até limpar.
Em Cuba guiam os táxis filólogos, linguistas, antropólogos e engenheiros. Frustrados nas funções, cozinheiras são economistas e costureiras biólogas. Aqui é ao contrário. A democracia e uma consciência intelectualizada das nossas capacidades e da necessidade de auto satisfação (fullfilment) deram-nos (lhes) a liberdade para serem cultos cozinheiros de culto, eruditos fotógrafos, intelectuais cabeleireiros e costureiras “academizadas”. e quanto ao rendimento vou dar-lhes dois ou três anos para me dizerem o que já estou à espera... relação qualidade de vida / preço a pagar, melhor a segunda opção!!!

Acho que isto só pode ser sinal de evolução...liberdade e ... dos tempos!

(Des) akordo ortográfico

Pois bem, estava aqui a pensar no senhor Baptista, um optimista! No Victor, um homem de acção que funciona através da coacção. Ando obcecada. E desactualizada. O Baptista passa a Batista (não se enerve senhor Bastos, é por uma causa maior, já lá vamos), um otimista, tal como o Vítor, um homem de ação que funciona através da coação. Eu, afinal, ando ocecada (ou ossecada) e francamente desatualizada.

Isto ainda dá erros no meu corretor ortográfico, mas seguramente por pouco tempo. É que esta medida é mesmo para perpetuar a língua portuguesa. Os 183 milhões que a perpetuam e fazem-na a quinta mais falada no mundo são brasileiros e falam português, não falam brasileiro. Portanto penso que teríamos duas hipóteses, ou divorciavamo-nos e iamso perder o ultimo resquício da nossa importância no mundo, ou então deixávamos “a coisa” evoluir”. Parece-me óvio que a segundo ipótese é a melhor, não deixando de ser estranha, é claro. De qualquer forma antes isso a assumirmos as alterações que “nós, por cá” teimamos em impor, sobretudo as novas gerações. Kd é k krems kantar? Ktos são? Komeça a irritar e a tornar-se norma em folhas de teste, muitas vezes konsideradas.
Há muitos anos atrás eu seria Philipa, oje sou Filipa. O Hugo amanhã pode vir a ser ugo, mas kto a mi é preferível à katrina, ou ao kosta.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

São Valentinho...

Há um ano falava, neste dia, das Valentina e Valentões. Vá que é dia de São Valentim, ou melhor, dos namorados e vá que queira combinar alguma coisa com o meu Mais-que-tudo (minto, quase-mais-que-tudo, porque mais que tudo é ELE e a saudinha) no dia de hoje e o que me vem à cabeça?
Uma ida ao cinema ou um jantar fora. Lanço-me avidamente na procura de alguma originalidade e começo por perguntar, a medo, aos meus colegas o que vão fazer/oferecer no dia de hoje. Jantar fora e um recuerdo, responde a maioria pouco entusiasmada.
Pois bem, o que eu quero é dar-lhe (ao meu quase-mais-que-tudo), a sensação que eu gosto mais dele do que qualquer outra pessoa ou objecto. E que isso desperte nele idêntica sensação. E que no fim, não se coiba de materializar esse sentimento num generoso objecto, que pode ter a forma de relógio, casaco, perfume, maquilhagem, electrónica, robótica, domótica, viagem, voucher, top, jóias, bijuterias enfim, algo que ele sinta que eu preciso sem precisar que eu lhe lembre. Depois de semanas a fio a deixar pistas subtis, cansei-me de dizer: ai, preciso mesmo de um pó da Lâncome para a cara… este está mesmo no fim e faz-me alergia. Ai este casaco está um nojo e é quente demais para este tempo, não achas? Achas ou não achas? Vi umas calças na Pepe, nº 28, que são mesmo giras!!!
Cansei-me porque no fundo, no fundo quero uma surpresa e não assumo, e quero que ele perceba aquilo que eu verdadeiramente gostava de receber sem eu ter de dizer directamente. É uma injustiça e o coitado, por muito que se esforce nunca verá esse esforço reconhecido porque nós somos assim - NUNCA CHEGA! Um balão cheio de amor, cheio de paixão daria para me por um sorriso nos lábios mas faltaria sempre ... a electrónica, a domótica, a robótica, o ramo de flores, a bijuteria, as jóias, os trapos etc etc... Por isso, e porque depois me culpo por este capricho egoísta típico de fêmea, aconselho à "metade da cara" ou "cara metade", mais que tudo e tudo o mais, que não se preocupe, porque na verdade o que nós queremos são mimos, um edredón e um valentão!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

as razões




Naviglio Grande


Fui ver o The Darjeeling Limited ao pró social El Corte Inglês - que me enerva até pelo próprio nome, mas para não incomodar nem me manifestei. Para mim ir ao cinema é um ritual. Posso ceder a variãncias, mas o meu ritual não pode desaparecer na forma. Tem de se manter. Gosto de ir a um cinema antigo, se possível com intervalo, se possivel a cheirar a mofo e com cadeiras rijas. Gosto da proibição de pipocas e poucas pessoas na sala. Este filme teria sido perfeito nas Palmeiras com as minhas irmãs numa segunda feira de sala vazia.

Ao contrário da maioria dos homens, eu gostei do Brokeback Mountain. Provavelmente por não ser homem. Provavelmente por achar que ambos os actores eram o máximo. Provavelmente porque não me incomoda nada a homossexualidade masculina ou feminina (esta última talvez um pouco...). Bom, lamentei, por isso, a morte do Heather Ledger.

Fungagá da Bicharada

A forma como o meu nariz pinga, a voz fanhosa e nasalada que persiste só me faz lembrar o Fungagá da bicharada do Barata Moura. É o fungagá, fungagá da bicharada… na verdade macacos (me mordam) e tentam saltar cá para fora, culpa do frio de Lisboa. Vim eu de longe (de muito longe e o que passei para cá voltar) a pensar que o frio já tinha passado e qual não é o meu espanto quando me apercebo desta triste realidade do frio constra/confrangedor que me arrefece a alma e o corpinho, pondo-me mamocas em riste que só uma camadona de camisolas de grossa lã consegue disfarçar.
Por muitos Invernos que passe, ainda não me habituei à goteira do nariz e aos olhos humedecidos e não de tristeza – só pela que sinto de não estar no Brasil, à beira mar de Pina Colada à mão. Vou-me deixar desta prosa que está a ficar cansativa e voltar à questão que aqui me trouxe, uma dúvida existencial: um curso de desenho e pintura ou escrita criativa?